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Farc admite parte da responsabilidade por vítimas em conflito na Colômbia

A organização fizeram esta admissão quase um mês depois que o presidente Santos admitiu a responsabilidade do Estado colombiano

La Habana - A guerrilha das Farc admitiu nesta terça-feira (20/8) pela primeira vez que tem responsabilidade em parte das milhares de vítimas do conflito armado de quase meio século na Colômbia. "Sem dúvida, também houve crueldade e dor provocados por nossas fileiras", afirmou a guerrilha em um comunicado lido por Pablo Catatumbo, integrante da delegação que negocia a paz com o governo de Juan Manuel Santos em Havana.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que têm oito mil combatentes, fizeram esta admissão quase um mês depois que o presidente Santos admitiu, também pela primeira vez, a responsabilidade do Estado colombiano em "graves violações" dos direitos humanos dentro do conflito armado.



[SAIBAMAIS]"Ainda assim, devemos reconhecer a necessidade de aproximar o tema de vítimas, sua identificação e sua reparação com total lealdade à causa da paz e da reconciliação", acrescentaram as Farc, que negociam há nove meses um acordo que coloque fim a um conflito armado de quase 50 anos que deixou 600 mil mortos e mais de três milhões de deslocados. A delegação de paz do governo, liderada por Humberto de la Calle, não fez declarações à imprensa em sua chegada ao Palácio das Convenções de Havana, sede das negociações.

Na segunda-feira teve início um novo ciclo de negociações, no qual ambas as delegações continuarão debatendo o tema da participação política, segundo ponto de uma agenda de cinco. O primeiro ponto, sobre o desenvolvimento agrário, foi acordado em maio.