MOSCOU - A russa Yelena Isinbayeva, que na quarta-feira obteve seu terceiro título mundial no salto com vara, em Moscou, defendeu nesta quinta a lei que proíbe a "propaganda" homossexual na Rússia.
Isinbayeva criticou os atletas estrangeiros que defendem um boicote aos Jogos de Inverno de 2014 em Sochi como forma de protestar contra a legislação anti-homossexual russa.
"Sou contra o boicote (a Sochi)", disse a atleta nesta quinta-feira em entrevista coletiva após receber sua medalha.
Posteriormente, em declarações à agência Itar-Tass, Isinbayeva foi mais contundente e advertiu os atletas estrangeiros: "somos tolerantes com todas as opiniões e respeitamos as pessoas, mas vocês devem respeitar nossas leis e evitar a promoção de ideias de orientação não tradicional".
A propaganda gay "seria um sinal de falta de respeito com nossos cidadãos, com nosso país e com nossas leis". "Os que vierem aos Jogos Olímpicos (de inverno) deverão respeitar nossas leis".
Isinbayeva criticou a atleta sueca Emma Green, que competiu no Mundial de Moscou com as unhas pintadas com as cores do arco-íris para apoiar a comunidade gay da Rússia.
"Vivemos homens com mulheres e mulheres com homens", destacou a atleta russa, que aos 31 anos anunciou que fará uma pausa de 18 meses na carreira esportiva para se dedicar à maternidade.
O presidente russo, Vladimir Putin, promulgou em junho duas leis que determinam pesadas multas contra qualquer ato de "propaganda" homossexual diante de menores ou que "ofenda os sentimentos religiosos", em uma decisão muito criticada por defensores dos Direitos Humanos, governos estrangeiros e até pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).