Pequim - A condenação à morte de dois uigures nesta semana na região chinesa de Xinjiang é uma "sentença política", afirmou o Congresso Nacional Uigur, uma organização exilada que representa estes muçulmanos de língua turca. Estas condenações "demonstram que os uigures não são tratados de forma igual" em comparação com o resto dos chineses, declarou a presidente da organização, Rebiya Kadeer, em um comunicado enviado na quarta-feira à AFP.
[SAIBAMAIS]As sentenças mostram que "nada" permite esperar que os uigures "usufruam em um futuro próximo de seus direitos à liberdade de religião, cultura, prática de seu idioma, expressão e opinião com as novas autoridades chinesas", acrescentou a dissidente uigur no exílio. Os dois condenados à morte foram declarados culpados na segunda-feira de homicídios e atividade terrorista. Um deles foi condenado por fabricar explosivos. Outros três homens foram condenados a penas de prisão de entre nove anos e prisão perpétua. Os cinco condenados, que segundo a imprensa oficial reconheceram os incidentes durante o julgamento, eram acusados de participar da violência desencadeada em Xinjiang em abril que terminou com 21 mortos, entre eles seis policiais.
O Congresso uigur pede que as autoridades chinesas apresentem as provas que serviram para condenar estes homens e afirma que suas confissões podem ter sido obtidas à força, dado o uso frequente da tortura na China. Xinjiang costuma ser palco de problemas devido à forte tensão que existe entre os han (etnia majoritária na China) e os uigures (muçulmanos de língua turca). As autoridades acusam os militantes uigures de "terrorismo".