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Nigéria reivindica assassinato de 'número 2' do grupo islamita Boko Haram

Um relatório militar disse que uma recompensa de 25 milhões de nairas (cerca de R$360 mil) havia sido oferecida pela cabeça de Momodu Bama,

MAIDUGURI - As forças armadas da Nigéria afirmaram nesta quarta-feira (14/8) que mataram o segundo homem mais importante do comando do grupo islamita Boko Haram enquanto combatiam em um ataque insurgente no início deste mês.

Um relatório militar disse que uma recompensa de 25 milhões de nairas (cerca de R$360 mil) havia sido oferecida pela cabeça de Momodu Bama, que atendia pelo apelido de Abu Saad.

"Durante o ataque dos terroristas do Boko Haram de 4 de agosto de 2013, as tropas mataram Momodu Bama", informou um comunicado do porta-voz, o tenente-coronel Sagir Musa. O homem foi morto na cidade de Bama, no nordeste do estado de Borno, reduto tradicional do Boko Haram, acrescentou.



"Bama era o oficial responsável pelas operações dos terroristas e segundo homem no comando, depois de Abubakar Shekau", líder do Boko, que foi declarado um terrorista global pelos Estados Unidos, acrescentou o documento.

Apesar de a composição do Boko Haram ser difícil de desvendar, uma fonte familiarizada com o grupo confirmou que Bama era realmente o vice-líder do grupo, subordinado apenas a Shekau. O tenente-coronel Musa disse aos jornalistas que foi preciso mais de uma semana para confirmar a identidade de Bama.

Os militares já haviam reivindicado a morte de altos comandantes do Boko Haram, que seria supostamente composto por várias facções, mas isso não se traduziu na diminuição da violência e não está claro se a morte de Bama terá um impacto significativo nas atividades do grupo insurgente.

O assassinato de Momodu Bama ocorre em meio a uma grande ofensiva militar iniciada em maio, cujo objetivo é acabar com a insurgência, que já deixou cerca de 3600 mortos desde 2009, incluindo assassinatos cometidos pelas forças de segurança, cujos membros foram acusados de grandes abusos.

Alguns analistas dizem que Shekau e seus seguidores mais próximos seguem o ramo islâmico incondicionalmente, estando empenhados em criar um Estado islâmico no norte da Nigéria, sem qualquer interesse no diálogo.

A Nigéria, que é o maior produtor de petróleo da África, tem uma população de cerca de 160 milhões de pessoas, divididas entre a maioria muçulmana do norte e o sul predominantemente cristão.