O chanceler brasileiro reiterou que, se o impasse decorrente das denúncias de espionagem não for resolvido, como esperam as autoridades brasileiras, haverá riscos na relação positiva mantida pelos dois países. ;Caso [as questões] não sejam resolvidas de modo satisfatório, corre-se o risco de haver uma sombra de confiança no nosso trabalho.;
Ao conceder entrevista ao lado de Kerry, Patriota lembrou que o governo brasileiro pediu explicações aos Estados Unidos, assim que vieram à tona as informações sobre o monitoramento de dados a cidadãos e autoridades do Brasil.
;Não podemos minimizar o tema da espionagem, pois temos um compromisso com a democracia, o bom governo, a abertura da sociedade civil. [Vivemos em um] espaço de democracia e justiça social;, disse o chanceler. Porém, o processo de esclarecimento não é um fim em si mesmo e prestar esclarecimentos não deve ser a única reação dos Estados Unidos às denúncias, ressaltou Patriota.
O chanceler lembrou que os países do Mercosul adotaram uma medida conjunta ; cobrar da Organização das Nações Unidas (ONU) uma ação sobre as denúncias de espionagem ;, que revela ;uma preocupação legítima com práticas que possam ser atentatórias aos [direitos] dos indivíduos;.
A conversa entre Patriota e Kerry durou cerca de uma hora e meia. Foi o segundo encontro dos dois, depois que o norte-americano assumiu o cargo de secretário de Estado, em fevereiro. O primeiro encontro foi em maio.