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Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia se reúnem em meio a tensões

O encontro entre os secretários de Estado e Defesa, John Kerry e Chuck Hagel, com Serguei Lavrov e Serguei Choigu, será realizado no Departamento de Estado nesta sexta-feira

Washington - Autoridades americanas e russas se reunirão nesta sexta-feira (9/8) em Washington em uma tentativa de manter o diálogo entre as duas potências, dois dias após o presidente Barack Obama cancelar a cúpula com seu colega Vladimir Putin. O encontro entre os secretários de Estado e Defesa, John Kerry e Chuck Hagel, com os pares russos, Serguei Lavrov e Serguei Choigu, será realizado no Departamento de Estado no fim da manhã.

No entanto, as relações diplomáticas dos ex-inimigos da Guerra Fria caíram a níveis impensados, depois que Obama cancelou na quarta-feira (7/8) uma cúpula com Putin marcada para o início de setembro em Moscou. Para justificar esta ação sem precedentes desde a década de 1960, Washington destacou a falta de "avanços suficientes" em vários temas, como a defesa antimísseis, a não proliferação nuclear, o comércio e os Direitos Humanos.



Washington, por sua vez, ressaltou a "decisão decepcionante" da Rússia de ter concedido asilo temporário ao ex-consultor americano de inteligência Edward Snowden, acusado de espionagem. Moscou também se declarou decepcionado com a decisão de Obama. No entanto, nenhuma das duas potências evocou uma possível ruptura de relações.

"Nossas relações com os russos são importantes, também falamos de cooperar e de encontrar novos espaços de cooperação", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. A porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki, listou pontos de acordo, como Afeganistão, Irã e Coreia do Norte, assim como divergências, "como a Síria, a defesa antimísseis, os Direitos Humanos" e o tema Snowden.

Kerry deve pedir a Lavrov a revogação do status de asilo de Snowden, para que possa ser levado aos Estados Unidos e julgado, indicou Psaki. O ex-consultor dos serviços de inteligência é acusado em seu país de espionagem depois de revelar à imprensa a existência de um vasto programa de vigilância das telecomunicações e de internet levado adiante pelo governo dos Estados Unidos.