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Ataque suicida deixa pelo menos 38 mortos e 50 feridos no Paquistão

A explosão ocorrer durante o funeral de um chefe policial local que havia sido assassinado unto aos seus dois filhos

[SAIBAMAIS]Testemunhas descreveram o horror após a explosão. "Eu estava dentro da mesquita e estávamos em fila para as orações fúnebres quando uma grande explosão ocorreu. Saí e vi feridos e cadáveres", afirmou à imprensa o policial Mohammad Hafiz. "A maioria dos corpos estava irreconhecível. Coletamos partes de corpos", afirmou na coletiva de imprensa transmitida pela rede de televisão ARY. "Aqueles que estão matando as pessoas, até mesmo dentro de mesquitas, não são seres humanos, são monstros. Eles não são muçulmanos, eles não têm nada a ver com o Islã. Alá nunca vai perdoá-los", acrescentou.


A explosão coroou um Ramadã sangrento no Paquistão, onde pelo menos 11 ataques mataram mais de 120 pessoas durante o mês de jejum, um dos períodos mais sagrados do calendário islâmico. O mês termina com o festival de Eid al-Fitr, que começa no Paquistão na sexta-feira. Na quarta-feira, uma bomba matou oito pessoas no fim de uma partida de futebol na maior cidade do Paquistão, Karachi, muitos deles jovens fãs que assistiam ao jogo das arquibancadas. E na terça-feira separatistas do Baluchistão mataram 14 pessoas, incluindo três agentes de segurança, 70 km a sudeste de Quetta.


O Paquistão também vive uma tensa disputa com a Índia pela morte de cinco soldados indianos na região da Caxemira, nesta semana. Nesta quinta-feira, o governo indiano acusou diretamente pela primeira vez o exército paquistanês pelo envolvimento nas mortes. O ministro da Defesa indiano, A. K. Antony, advertiu que a emboscada contra seus soldados prejudicará os laços com Islamabad, e insinuou uma ação militar mais forte ao longo da Linha de Controle que divide a Caxemira nos setores indiano e paquistanês. O Paquistão nega qualquer envolvimento nas mortes e o primeiro-ministro Nawaz Sharif tentou aliviar as tensões nesta quinta-feira insistindo que ambos os lados trabalhem rapidamente para fortalecer o cessar-fogo, que já dura dez anos.