Nova York - Apesar de "fragmentada e enfraquecida", a rede Al-Qaeda continua sendo uma ameaça significativa, e os grupos associados a ela "continuam inovando no que diz respeito aos objetivos, às táticas e à tecnologia", revela um relatório da ONU. Segundo o documento transmitido ao Conselho de Segurança por um grupo de especialistas da ONU, o número um da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, "mostrou pouca capacidade para unificar e dirigir os grupos ligados à Al-Qaeda".
"O núcleo duro da Al-Qaeda não experimentou nenhuma melhora nos últimos seis anos", afirmam os autores do relatório. "Seu comando, situado na região fronteiriça entre Afeganistão e Paquistão, continua divulgando declarações, mas se mostra pouco capaz de dirigir operações de maneira centralizada".
Os especialistas advertem, porém, que "a diminuição efetiva de suas capacidades e a menor atração que a Al-Qaeda exerce não significa que a ameaça de ataques tenha desaparecido".
O informe destaca que "a propaganda terrorista na Internet é cada vez mais ampla e sofisticada" e que os recentes atentados de Boston e de Londres "lembram o desafio que continuam representando os atos de violência terrorista cometidos por indivíduos e pequenos grupos". Além disso, o conflito na Síria "viu emergir uma forte presença da Al-Qaeda", proveniente do braço iraquiano do movimento, que "atrai centenas de recrutas" estrangeiros.
Ainda segundo os autores do estudo, "a Al-Qaeda e suas filiais estão mais diversificadas e são mais variadas do que antes e apenas estão vinculadas por uma ideologia imprecisa e um apego à violência terrorista". Os especialistas acrescentam que "a diversificação dos grupos ligados à Al-Qaeda não diminuiu a ameaça que eles representam para a população civil, os governos nacionais e os objetivos escolhidos nas zonas de operação de cada filial".