CAIRO - O governo egípcio pediu nesta quarta-feira (7/8) aos partidários do ex-presidente islamita Mohamed Mursi que abandonem rapidamente as duas praças que ocupam no centro do Cairo, ameaçando dispersá-lo à força depois do fim do Ramadã, que termina esta noite.
Esta ameaça foi feita horas depois do que a presidência egípcia anunciou o fracasso da mediação internacional para resolver a crise política do país, resultado atribuído ao movimento Irmandade Muçulmana, que exige nas ruas o retorno de Mursi ao poder depois de ter sido destituído no dia 3 de julho por um golpe militar.
Segundo a televisão estatal, o primeiro-ministro Hazem Beblawia anunciou que o governo não vai revisar sua decisão de dispersar os partidários de Mursi. A comunidade internacional teme um banho de sangue se a polícia tentar invadira s duas praças, onde os manifestantes estão acampados com mulheres e crianças.
Depois de pedir mais uma vez que os islamitas vão embora por vontade prórpio, o premier assegurou que a polícia, que obteve autorização há uma semana, não interveio até o momento por respeito ao mês sagrado do Ramadã, que termina oficialmente na noite desta quarta.
Na quinta, no entanto, começam as celebrações do Aid el-Fitr, marcam o fim do jejum muçulmano e terminarão no domingo.
--- Fracasso na mediação internacional ---
Depois de dez dias de mediações diplomáticas europeias, americanas, africanas e árabes no Cairo, o governo instalado pelo exército pôs bruscamente um ponto final nas esperanças internacionais de encontrar uma solução pacífica negociada para o país.
"A etapa dos esforços diplomáticos terminou hoje", afirma a presidência, em referência à mediação do subsecretário de Estado americano William Burns e do emissário da União Europeia (UE) Bernardino León, entre outros diplomatas que viajaram ao Cairo.
"Os esforços não alcançaram os resultados esperados", completa o comunicado oficial da presidência. "A Irmandade Muçulmana é responsável pelo fracasso dos esforços de mediação", afirma o comunicado da presidência. Desde o final de junho, os confrontos entre partidários e detratores de Mursi deixaram mais de 250 mortos.
Nesta quarta-feira, na península do Sinai, um ex-parlamentar foi assassinado por homens armados por demonstrar seu apoio ao exército. As autoridades haviam intensificado há dias sua ameaça de dispersar à força os protestos nas praças de Rabaa al Adawiya e Nahda.
O governo autorizou há uma semana a polícia a "pôr fim ao terrorismo e à ameaça à segurança nacional" representadas por esses protestos. O general Al Sisi insistiu: "A polícia civil - e não os militares - porá fim a esses protestos e limpará as praças".
Quase toda a imprensa e grande parte da população vê nesta dispersão uma maneira de reativar a transição, no momento em ponto morto. Frente à firmeza de posições mostradas pelos dois setores confrontados, os emissários internacionais, entre eles a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, e o secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos, William Burns, tentavam conseguir moderação por parte das autoridades e que os islamitas se dispersassem.
Depois de prolongar por vários dias sua visita surpresa ao país, Burns abandonou o país nesta quarta-feira, segundo fontes aeroportuárias. O representante da União Europeia, Bernardino León, ainda continua no Cairo.
Depois da queda do presidente Hosni Mubarak durante a denominada Primavera Árabe, no início de 2011, o Egito conheceu uma nova revolução em 30 de junho, quando milhões de manifestantes reclamaram nas ruas a saída de Mursi, acusado de ter assumido o poder em benefício da Irmandade Muçulmana, e de ter afundado a economia já por si exígua.
Em 3 de julho, o general Al Sisi, acompanhado de responsáveis religiosos e políticos, anunciou a substituição de Mursi por autoridades de transição, que prometeram uma nova Constituição e eleições gerais no mais tardar no início de 2014.
Desde esse dia, a Irmandade Muçulmana denuncia um golpe de Estado militar, principalmente com a prisão de vários de seus dirigentes, entre eles Mursi. O Guia Supremo da confraria, que se encontra foragido, deve ser julgado a partir de 25 de agosto junto com seus adjuntos, em prisão preventiva, por incitação ao assassinato.
Os Estados Unidos têm dificuldade em denominar esta destituição do primeiro presidente eleito democraticamente no Egito porque, se classificar de golpe de Estado, isso os obrigará a interromper a ajuda de 1,5 bilhão de dólares ao país.
Esta ameaça foi feita horas depois do que a presidência egípcia anunciou o fracasso da mediação internacional para resolver a crise política do país, resultado atribuído ao movimento Irmandade Muçulmana, que exige nas ruas o retorno de Mursi ao poder depois de ter sido destituído no dia 3 de julho por um golpe militar.
Segundo a televisão estatal, o primeiro-ministro Hazem Beblawia anunciou que o governo não vai revisar sua decisão de dispersar os partidários de Mursi. A comunidade internacional teme um banho de sangue se a polícia tentar invadira s duas praças, onde os manifestantes estão acampados com mulheres e crianças.
Depois de pedir mais uma vez que os islamitas vão embora por vontade prórpio, o premier assegurou que a polícia, que obteve autorização há uma semana, não interveio até o momento por respeito ao mês sagrado do Ramadã, que termina oficialmente na noite desta quarta.
Na quinta, no entanto, começam as celebrações do Aid el-Fitr, marcam o fim do jejum muçulmano e terminarão no domingo.
--- Fracasso na mediação internacional ---
Depois de dez dias de mediações diplomáticas europeias, americanas, africanas e árabes no Cairo, o governo instalado pelo exército pôs bruscamente um ponto final nas esperanças internacionais de encontrar uma solução pacífica negociada para o país.
"A etapa dos esforços diplomáticos terminou hoje", afirma a presidência, em referência à mediação do subsecretário de Estado americano William Burns e do emissário da União Europeia (UE) Bernardino León, entre outros diplomatas que viajaram ao Cairo.
"Os esforços não alcançaram os resultados esperados", completa o comunicado oficial da presidência. "A Irmandade Muçulmana é responsável pelo fracasso dos esforços de mediação", afirma o comunicado da presidência. Desde o final de junho, os confrontos entre partidários e detratores de Mursi deixaram mais de 250 mortos.
Nesta quarta-feira, na península do Sinai, um ex-parlamentar foi assassinado por homens armados por demonstrar seu apoio ao exército. As autoridades haviam intensificado há dias sua ameaça de dispersar à força os protestos nas praças de Rabaa al Adawiya e Nahda.
O governo autorizou há uma semana a polícia a "pôr fim ao terrorismo e à ameaça à segurança nacional" representadas por esses protestos. O general Al Sisi insistiu: "A polícia civil - e não os militares - porá fim a esses protestos e limpará as praças".
Quase toda a imprensa e grande parte da população vê nesta dispersão uma maneira de reativar a transição, no momento em ponto morto. Frente à firmeza de posições mostradas pelos dois setores confrontados, os emissários internacionais, entre eles a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, e o secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos, William Burns, tentavam conseguir moderação por parte das autoridades e que os islamitas se dispersassem.
Depois de prolongar por vários dias sua visita surpresa ao país, Burns abandonou o país nesta quarta-feira, segundo fontes aeroportuárias. O representante da União Europeia, Bernardino León, ainda continua no Cairo.
Depois da queda do presidente Hosni Mubarak durante a denominada Primavera Árabe, no início de 2011, o Egito conheceu uma nova revolução em 30 de junho, quando milhões de manifestantes reclamaram nas ruas a saída de Mursi, acusado de ter assumido o poder em benefício da Irmandade Muçulmana, e de ter afundado a economia já por si exígua.
Em 3 de julho, o general Al Sisi, acompanhado de responsáveis religiosos e políticos, anunciou a substituição de Mursi por autoridades de transição, que prometeram uma nova Constituição e eleições gerais no mais tardar no início de 2014.
Desde esse dia, a Irmandade Muçulmana denuncia um golpe de Estado militar, principalmente com a prisão de vários de seus dirigentes, entre eles Mursi. O Guia Supremo da confraria, que se encontra foragido, deve ser julgado a partir de 25 de agosto junto com seus adjuntos, em prisão preventiva, por incitação ao assassinato.
Os Estados Unidos têm dificuldade em denominar esta destituição do primeiro presidente eleito democraticamente no Egito porque, se classificar de golpe de Estado, isso os obrigará a interromper a ajuda de 1,5 bilhão de dólares ao país.