Cairo - Os emissários internacionais intensificavam nesta terça-feira (6/8) as negociações no Cairo para tentar tirar o país do atoleiro político, multiplicando contatos entre as novas autoridades - instaladas pelas Forças Armadas - e os partidários do presidente islâmico destituído, Mohamed Morsy. Os influentes senadores americanos Lindsey Graham e John McCain eram aguardados no Cairo para uma série de reuniões, após a visita do subsecretário de Estado, William Burns, e de representantes da União Europeia e dos Emirados Árabes Unidos à capital egípcia em busca de uma solução para a crise agravada com a queda de Morsy, no dia 3 de julho.
Os emissários internacionais mantiveram vários encontros na segunda-feira com membros do novo governo e com partidários de Morsy. Burns se reuniu com Jairat al-Shater, adjunto do guia supremo da Irmandade Muçulmana, após surpreender os analistas ao defender claramente o golpe militar, em um encontro com o comandante do Exército e homem forte do país, Abdel Fatah al Sisi.
Os manifestantes islâmicos afirmam querer defender a "legitimidade" de Morsy, primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, enquanto os detratores do ex-chefe de Estado o acusam de governar para a Irmandade Muçulmana em detrimento da população.
Diante do bloqueio político, Burns defendeu junto ao general Al Sisi que todas as forças do país estejam submetidas ao plano anunciado após o golpe, que prevê uma nova Constituição e eleições gerais no início de 2014. As novas autoridades já advertiram que Morsy, detido em local secreto desde 3 de julho, não poderá desempenhar qualquer papel no futuro do Egito.