O funcionário da CIA e ex-consultor da inteligência americana, de 30 anos de idade, estava bloqueado desde 23 de junho na zona de trânsito do aeroporto de Moscou Cheremetievo e solicitou asilo provisório ao governo russo. Edward Snowden é exigido pela justiça americana, que o acusa de espionagem por ter revelado a existência de um sistema americano de vigilância mundial das comunicações telefônicas e por internet. Apesar dos vários pedidos de extradição dos Estados Unidos, a Rússia rejeitou entregar Snowden. O caso tem estremecido as relações entre os dois países.
O presidente russo Vladimir Putin chegou a impor como condição para a permanência de Snowden em território russo o fim das atividades que prejudicam seu "parceiro" americano. Por fim, o fugitivo aceitou essas condições, segundo personalidades russas que o encontraram em 12 de julho no aeroporto. Washington ainda deixou em dúvida sobre a manutenção de uma visita oficial do presidente Obama à Rússia, no início de setembro, antes da cúpula do G20.
Reagindo ao anúncio da obtenção de asilo temporário na Rússia, um conselheiro de Putin, Yuri Ushakov, no entanto, disse que Moscou não recebeu nenhum sinal dos Estados Unidos de um possível cancelamento da visita. Snowden depositou em 16 de julho um pedido de asilo temporário na Rússia, depois de um longo período de hesitação, durante o qual recebeu o convite de países latino-americanos.
O site WikiLeaks, fundado pelo australiano Julian Assange e que tem desempenhado um papel ativo na fuga do jovem americano, explicou que Snowden deixou o aeroporto "sob a tutela" de Sarah Harrison, que tem o acompanhado desde sua chegada a Moscou Cheremetievo. Koutcherena indicou por sua vez que o americano tinha partido de táxi. "Eu o acompanhou até o táxi e ele foi cuidar de seus negócios", disse à agência de notícias RIA Novosti.