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Maduro faz 100 dias no poder e promete consolidar revolução de Chávez

O presidente venezuelano disse, em um evento que também celebrou o aniversário de 59 anos de Chávez, que vai reativar a economia e combater a corrupção

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu na noite de domingo (28/7) aprofundar a revolução herdada por Hugo Chávez, com a reativação da economia e o combate à corrupção, ao fazer um balanço de seus 100 dias de governo e celebrar o aniversário de 59 anos de seu mentor. "Até aqui já não são 100 dias, são 100 anos pelo menos para a Revolução Bolivariana (...) Aqui as coisas têm que mudar, o que está ruim tem que mudar", afirmou Maduro no Quartel da Montanha, onde os restos de Chávez repousam.



Sem ter o carisma de Chávez, os analistas acreditam que a liderança de Maduro enfrenta grandes problemas: uma inflação de 25% no primeiro semestre - a maior da América Latina -, ciclos de escassez e violência criminal que, em 2012, deixou 16 mil assassinatos. O analista Luis Vicente León opina que Maduro tem "as mãos atadas" para tomar decisões econômicas urgentes, como a desvalorização da moeda, pois implicam um custo político. "Maduro não é Chávez", enfatizou.

[SAIBAMAIS]Alguns chavistas reconhecem que a situação é difícil, mas acreditam que Maduro está se saindo bem, outros se queixam que sentem falta do "Comandante". "Sou chavista e votei em Maduro como pediu o Comandante, mas a situação está ruim, existem muitos bandidos", afirmou Ana Urieta, vendedora de batatas fritas no populoso bairro de Petare (leste de Caracas).

O líder da oposição, Henrique Capriles, que não reconhece sua derrota nas eleições para Maduro, acusa o governo de usar a imagem de Chávez para "tapar os problemas" do país. "Foram 100 dias de desastre, pura propaganda", afirmou. Os analistas também acham que a oposição dilapidou seu capital político, sem renovar sua estrategia, enquanto Maduro afiança seu governo "corporativista" e aprofunda as linhas de Chávez como a "exclusão política, militares no governo e o anti-imperialismo", afirmou o analista Carlos Romero.

Chávez, um tenente-coronel da reserva, faleceu no dia 5 de março depois de lutar por 20 meses contra um câncer, cuja localização e tipo nunca foram divulgados. Após sua morte, Maduro foi eleito como seu sucessor nas eleições de 14 de abril, nas quais venceu por estreita margem de vantagem Capriles.

O ex-presidente faleceu depois de ser reeleito para um terceiro mandato de seis anos no dia 7 de outubro ao derrotar Capriles. Hugo Chávez governou a Venezuela de 1999 até sua morte. Em seu mandato liderou a chamada revolução "socialista" ou "bolivariana", elogiou a obra do libertador Símon Bolívar e se caracterizou por suas duras críticas contra os Estados Unidos.