Cairo - Os partidários de Mohamed Morsy convocaram para terça-feira (30/7) "um milhão de manifestantes" para exigir o retorno ao poder do presidente egípcio deposto pelo exército, embora as novas autoridades tenham advertido que agirão de modo firme diante do protesto. Neste contexto de bloqueio político, a representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, viajou ao Egito, onde deve se reunir com todas as partes.
[SAIBAMAIS]No domingo (28), a violência política deixou dois mortos entre os partidários de Morsy, um em Port Said, nordeste, e outro em Kafr el-Zayat, norte, e cerca de 30 feridos. Por sua vez, na noite de domingo (28), um soldado egípcio morreu e oito ficaram feridos em um ataque registrado em Rafah, na fronteira com o enclave palestino de Gaza, indicaram os serviços de segurança.
Dez soldados morreram na região do norte do Sinai desde o aumento da violência gerado pelo golpe do exército contra Morsy, no dia 3 de julho. Também faleceram 17 policiais neste mês. Já o exército apontou 20 "terroristas armados" mortos no total. No campo diplomático, Ashton retornou ao Cairo na noite de domingo, pela segunda vez em menos de duas semanas.
Além do vice-presidente Mohamed ElBaradei, com quem se reuniu no domingo, Ashton deve se encontrar com Mansour e "com representantes das forças políticas", segundo a vice-presidência. ElBaradei, segundo um comunicado, indicou que as atuais autoridades egípcias "estão fazendo todo o possível para alcançar uma saída pacífica para a crise atual".
Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, advertiu no domingo o governo interino do Egito que cada morte de um opositor nas manifestações piora as possibilidades de que o país supere a crise política. Por último, a organização Human Rights Watch denunciou um "desprezo criminoso" das autoridades "pela vida humana".