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Governo e guerrilha abrem em Cuba mais uma etapa do processo de paz

Com a ideia de um cessar-fogo fora da agenda, combates se repetem no interior do país e arranham a confiança entre as partes

Foi em meio às desconfianças despertadas pela continuação dos combates ; com baixas para ambos os lados ; que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do presidente Juan Manuel Santos retomaram no domingo (28/7), em Havana (Cuba), as negociações de paz iniciadas em novembro passado. A sessão de abertura da nova etapa de conversações, que tem como tema a participação política dos guerrilheiros, foi marcada pela reafirmação de que o Estado não se dispõe a debater um cessar-fogo. ;O que buscamos é terminar a guerra, e não prolongá-la;, disse o chefe da delegação governamental, o ex-ministro Humberto de la Calle.

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A declaração se remeteu à morte de 15 militares, uma semana antes, em um confronto no nordeste do país. ;Queremos um acordo para pôr fim ao conflito, para que não haja mais violência nem mortes absurdas;, insistiu De la Calle, que reafirmou a ;decisão do governo de não pactuar um cessar-fogo;. O representante do presidente Santos cobrou da guerrilha que ;responda por aquilo que ocorre em meio ao conflito;, e lembrou que o Estado admitiu nos últimos dias que suas forças cometeram violações dos direitos humanos. Andrés París, que falou em nome da delegação das Farc, criticou a repressão dos órgãos de segurança a manifestações de camponeses em uma região cocaleira fronteiriça à Venezuela ; os rebeldes ofereceram proteção armada para as marchas ; e invocou o acordo de princípios sobre a questão agrária, primeiro dos cinco pontos na agenda do processo de paz (leia o quadro). ;De nada vale falarmos aqui sobre a democratização da propriedade da terra se o governo depois transforma o que acertamos em palavras ao vento;, queixou-se o líder rebelde.

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