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Ministra italiana negra diz que está cansada de insultos e ofensas

Na sexta-feira, durante um comício do Partido Democrático, Cecile Kyenge foi alvo de bananas arremessadas em sua direção


Roma ; A ministra da Integração italiana, Cecile Kyenge, atingida por bananas na última sexta-feira (26/7), disse que, às vezes, se sente ;cansada; dos insultos e ofensas de que tem sido alvo por ser negra, mas assegurou que os ataques não a farão desistir de sua missão.

Na sexta-feira, durante um comício do Partido Democrático, Cecile Kyenge foi alvo de bananas arremessadas em sua direção, o que provocou uma nova onda de indignação na Itália.

[SAIBAMAIS]De origem congolesa, a primeira negra nomeada ministra na Itália, Cecile Kyenge reconheceu, em entrevista ao jornal italiano La República, sentir preocupação pelas duas filhas, de 20 e 17 anos. A ministra disse pensar também em outras minorias e nos imigrantes que, ao contrário dela, não têm garantias de segurança, e sofrem ataques em Itália.

;Não posso esconder que às vezes me sinto cansada da repetição de insultos tão graves. Não os esperava tão fortes, mas não me detenho, nem me concentro; a pensar neles, disse Cecile. ;Tento olhar para frente, pensar sobre as dificuldades que temos de suportar nesses eventos e sobre as melhores respostas que os políticos e a sociedade podem dar;, acrescentou.

A ministra defende que a Itália comece ;um processo de reflexão; sobre o racismo. ;Em outros países europeus, como a Suécia, há ministros negros, mas não acontece com eles o que está acontecendo comigo na Itália. Não podia imaginar reações tão violentas;, lamentou.

Cecile Kyenge garante que os ataques e os insultos ocorrem também na classe política, reiterando que a Itália têm ;um longo caminho a percorrer" quando se trata de avaliar a contribuição cultural que a imigração pode dar ao país.

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;As reações aos insultos, que vejo no país, acabam por unir a Itália ;boa; e, quem sabe, ajudar a despertar muitas consciências, que durante anos estiveram um pouco adormecidas;, avaliou.

Esse foi mais um caso de racismo que envolveu a ministra, cidadã italiana nascida na República Democrática do Congo, depois de, no início do mês, um membro do partido Liga do Norte, que é contra a imigração, ter comparado a ministra a um orangotango. Cecile reagiu ao ataque com bananas dizendo que o mesmo foi ;um desperdício de comida;.