ROMA - A Polícia italiana realizou duas operações contra a máfia para deter cerca de cem pessoas em Roma e na Calábria, berço da ;Ndrangheta, uma organização criminosa muito ativa no país, durante as quais foram registradas várias prisões na Espanha.
A operação realizada em Roma tinha como alvo 51 pessoas envolvidas em "atividades ilícitas", tanto na capital como em seu litoral, ou seja, no bairro de Ostia, indicou à AFP Mario Viola, um porta-voz da Polícia.
A operação não se limitou às fronteiras nacionais. Um dos chefes históricos da família Triassi, Vincenzo, foi detido junto com sua mulher na Espanha, na ilha de Tenerife, e transferido para uma prisão espanhola. Outras duas pessoas foram detidas em Barcelona.
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A operação, iniciada na madrugada desta sexta (26/7), permitiu desferir "um golpe mortal na célula mafiosa que opera há anos na capital", indicou a Polícia em um comunicado.
Tráfico de drogas, usura, extorsão de comerciantes, controle do mercado de máquinas caça-níqueis, infiltração no governo para a concessão de moradias sociais e controle de atividades turísticas nas praias de Ostia. O leque de atividades destes clãs é amplo.
Segundo a Polícia, essas operações afetaram os principais clãs "do crime romano e siciliano", assim como as famílias Fasciani - seu chefe Carmine e seus irmãos - D;Agati e Triassi, que pertence a um conhecido clã siciliano e mantém "um vínculo com a Cosa Nostra".
Em Roma, cerca de 500 policiais participaram da operação, "a mais vasta já realizada" pelas forças de segurança na capital e em seus arredores.
A segunda operação, "totalmente distinta", afetou 65 pessoas em Lamezia Terme, na região de Catanzaro, entre elas "empresários, políticos e advogados", assim como médicos e membros da administração penitenciária, ressaltou Viola.
Além do crime de associação mafiosa, alguns são acusados de diversos homicídios cometidos durante uma guerra interna da máfia, entre 2005 e 2011.
Embora tenha sua origem na Calábria, a ;Ndrangheta se estendeu pelo norte da Itália nos últimos anos. É uma das mais ativas e violentas das quatro organizações criminosas italianas. As outras três são a Cosa Nostra (Sicília), a Camorra (Nápoles) e a Sacra Corona Unita (Puglia).
Essas duas operações foram realizadas um dia depois da nomeação de um novo promotor nacional antimáfia, Franco Roberti, de 65 anos, que até o momento ocupava o posto de chefe da Promotoria de Salerno, na região de Nápoles.