[SAIBAMAIS]Mas a Al-Jazeera "adotou uma posição mais hostil aos acontecimentos de 30 de junho do que o Estado do Catar que parece ter aceitado, mais ou menos, a queda de Mursi", acrescentou. Com sua cobertura dos acontecimentos no Egito, as duas redes estão "perdendo sua credibilidade" em favor de outros novos canais em língua árabe, como a France24, a BBC ou a SkyNews, explica Shamry.
A situação se repetiu vários dias depois, quando 53 partidários do presidente deposto foram assassinados diante da sede da Guarda Republicana. A Al-Arabiya deu prioridade às declarações do Exército e a Al-Jazeera divulgou ao vivo uma entrevista coletiva à imprensa da Irmandade Muçulmana, enquanto exibia imagens de manifestantes mortos. "As duas redes ofereceram uma cobertura completa dos fatos", assegura, no entanto, o acadêmico kuwaitiano Saad al-Akhmi.
"A diferença está na escolha das palavras que refletem as posições políticas" de cada uma, acrescenta este ex-ministro da Informação que considera que o ângulo utilizado para captar as imagens "refletiam claramente as tentativas de aumentar o número de manifestantes tanto de um lado como de outro". Na internet, os telespectadores criticaram fortemente os dois canais.
No Twitter, o hashtag "#Tuitem como se fossem a Al Arabiya" foi utilizado para brincar com a rede, enquanto que no Facebook um grupo com mais de 6.000 membros acusa a Al-Jazeera de "semear a divisão entre os egípcios". Segundo Akhmi, a concorrência entre a Al Arabiya e a Al-Jazeera é saudável. "Sua cobertura distinta dos acontecimentos beneficia o público. Seria injusto para o telespectador árabe ter apenas um ponto de vista", disse.