Bogotá - Dois guerrilheiros das Farc morreram nesta segunda-feira (22/7) em um confronto com o exército na região de Cauca (sudoeste), depois que no fim de semana violentos combates deixaram 19 militares e seis rebeldes mortos. Os guerrilheiros morreram em combates no município de Tambo entre a coluna Jacobo Arenas das Farc e a força tarefa Apolo, um grupo de elite que opera nessa região, segundo comunicado militar.
No sábado (20/7), 19 militares colombianos morreram no sábado em uma emboscada das Farc no departamento de Arauca (nordeste). O presidente Juan Manuel Santos prometeu redobrar a ofensiva contra a guerrilha. Segundo Santos, os militares foram atacados por cerca de 70 guerrilheiros, dos quais doze foram capturados. Entre os guerrilheiros capturados, cinco ficaram feridos.
[SAIBAMAIS]O ataque de Arauca aconteceu no mesmo dia que seis guerrilheiros das FARC e quatro militares morreram no departamento de Caquetá (sudoeste) e enquanto, em Bogotá, era comemorado o 203; aniversário da Colômbia com um desfile militar. Em maio, outra emboscada das FARC no departamento Norte de Santander (nordeste) provocou a morte de onze militares. Os golpes às forças militares colombianas acontecem enquanto o presidente Santos fez uma importante defesa do processo de paz, muito criticado por seu predecessor e ex-aliado, Álvaro Uribe.
Na sexta-feira (19/7), as FARC anunciaram que mantêm como refém há um mês a um militar aposentado norte-americano, a quem ofereceram a uma comissão humanitária como um "gesto" no marco do processo de paz. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) já começou a estabelecer contatos para facilitar sua libertação.
Santos, que até agora não se referiu a esse sequestro, evocou este domingo seu discurso da véspera no Congresso, em que afirmou que a Colômbia está diante de uma "oportunidade real" de conseguir a paz e pediu à unidade do país para alcançá-la. "Tomara que (os guerrilheiros) ajam com a razão e cheguemos ao fim do conflito o mais rápido possível, porque são eles quem mais vão sofrer as consequências", acrescentou.
A Colômbia padece há 50 anos em um conflito armado em que participaram também outras guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e agentes do Estado, com saldo de 600.000 mortos e mais de 4 milhões de pessoas desalojadas por causa da violência. As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), fundadas em 1964 e com cerca de 8.000 integrantes na atualidade, são a guerrilha mais antiga da América Latina.
Na Colômbia se encontra ativa também a guerrilha esquerdista Exército de Libertação Nacional (ELN), com cerca de 2.500 combatentes, que até agora se mantém à margem do processo de paz. As delegações de paz do governo e das FARC deve recomeçar seu ciclo de conversações em Havana no dia 28 de julho. O processo de paz da Colômbia conta com o apoio de Cuba e Noruega como países garantidores e da Venezuela e Chile como acompanhantes.