Cairo - A família de Mohamed Mursi anunciou nesta segunda-feira (22/7) que denunciará ante a justiça nacional e internacional o chefe do exército egípcio, o general Abdel Fatah al-Sissi, acusado do sequestro do presidente deposto pelos militares no Egito no dia 3 de julho.
"Consideramos que o chefe do golpe de Estado e seu grupo são totalmente responsáveis pela saúde e integridade do presidente Mursi", acrescentou, sem informar se a família está em contato com o presidente deposto, detido em um local secreto pelo exército desde sua deposição, no dia 3 de julho. Vários países, entre eles os Estados Unidos e a Alemanha, exigiram sua libertação.
As novas autoridades minimizaram as demandas, mas afirmaram no dia 10 de julho que Mursi está em um local seguro e é tratado de forma digna. Segundo fontes judiciais, Mursi foi interrogado no dia 14 de julho pela justiça sobre as circunstâncias de sua fuga da prisão em 2011 durante a revolução que provocou a queda de Hosni Mubarak, após três décadas no poder.
Os partidários de Mursi seguiam protestando para exigir seu retorno à presidência. Centenas deles se manifestaram diante da sede da promotoria, no Cairo, e colocaram nas portas fotos de Mursi, aos gritos de "Sissi assassino". "Acredito na causa de Mursi e penso que o restabeleceremos (no poder) aumentando a pressão nas ruas", declarou à AFP um manifestante, Mohamed Awad, que viajou de Minya, no centro do país, a 250 km da capital, para participar do protesto.
Outras centenas de reuniram nas imediações do ministério da Defesa para homenagear três manifestantes favoráveis ao presidente deposto, mortos na sexta-feira (19/7) em Mansura (norte), com fotos de Mursi e bandeiras com o slogan: "Abaixo o regime militar". Uma comissão de especialistas nomeada por Mansour começou no domingo a estudar a reforma da Constituição do Egito, suspensa após a deposição de Mursi.