BAQUBA - Ao menos vinte pessoas morreram e quarenta ficaram feridas em um atentado suicida nesta sexta-feira na hora da oração em uma mesquita sunita perto de Baquba, nordeste de Bagdá, informaram fontes médicas e de segurança.
A explosão aconteceu na mesquita Abu Bakar Sadir, na pequena cidade de Wajihiya, na província de Diyala.
O homem-bomba acionou seus explosivos no momento em que o imã se dirigia aos fiéis antes do ritual de oração, segundo um oficial da polícia.
O balanço de mortos foi confirmado por um médico do hospital de Baquba.
"Estava sentado perto da porta de entrada quando uma forte explosão me jogou para longe. Não me lembro de mais nada até acordar no hospital", contou Sinan Ghaleb, ferido na perna.
"Eu estava sentado perto do imã e a mesquita estava cheio de pessoas. Ouvi uma grande explosão e tudo ficou escuro", contou por sua vez Omar Moudhir, que também foi ferido nas pernas.
Baquba e seus arredores têm sido palco de vários ataques nos últimos dias, entre eles um que matou na quarta-feira três crianças que nadavam em um rio.
Na cidade de Muqdadiya, quatro pessoas morreram e 15 ficaram feridas na explosão de uma bomba em uma mesquita sunita.
O aumento da violência já causou mais de 450 mortos desde o início de julho e mais de 2.700 desde janeiro, segundo balanço estabelecido pela AFP com base em relatórios médicos e da polícia.
A escalada da violência reaviva os temores de um novo conflito religioso entre a maioria xiita, que controla o governo, e a minoria sunita, que dominava o país durante o antigo regime, do presidente Saddam Hussein.
As mesquitas, sunitas e xiitas, são alvos frequentes dos ataques.
Em algumas mesquitas sunitas em Bagdá, as orações foram encurtadas de 45 a 15 minutos para limitar os riscos de ataques, segundo os fiéis.
"O Iraque está em uma encruzilhada. Não diria que já estamos em uma guerra civil, mas os números não são animadores", declarou recentemente à AFP uma autoridade da missão da ONU para od direitos Humanos no Iraque, Francesco Motta.
"As disputas religiosas se cruzam e se manifestam no país de uma forma mais perigosa do que em 2007".
Segundo as Nações Unidas, até 30.000 pessoas morreram no país em meio ao conflito religioso.
Apenas a chegada em massa de reforços americanos e a mobilização entre as tribos sunitas para combater grupos ligados à al-Qaeda ajudaram a conter a violência que atingiu o seu nível mais baixo em 2011, com 2.771 mortes, segundo a ONU .
Mas o crescente descontentamento da minoria sunita em relação ao governo dominado pelos xiitas, as tensões relacionadas com a guerra na Síria e a paralisia total da máquina política relançou os ataques.