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Islamitas egípcios convocam protestos para exigir volta de Morsy

Os cortejos se unirão em dois locais que os islamitas ocupam há cerca de três semanas. Os adversários de Morsy também programaram manifestações na praça Tahrir e perto do palácio presidencial

Cairo - Milhares de partidários de Mohamed Morsy se manifestavam nesta sexta-feira (19/7) no Egito para exigir o retorno do presidente islamita deposto, um dia depois de uma advertência do exército, que avisou que quem fizer uso da violência durante os protestos "colocará sua vida em perigo".

As manifestações convocadas pela Irmandade Muçulmana saíram de 18 mesquitas de diferentes bairros do Cairo e devem se reunir à tarde em dois lugares que os islamitas ocupam há cerca de três semanas: a mesquita Raba Al Adawiya, em um subúrbio do noroeste da capital, e os arredores da Universidade do Cairo, no bairro de Guiza, mais perto do centro.



O presidente interino do Egito, Adli Mansur, assegurou na quinta-feira que lutará "até o fim" a batalha pela segurança."Estamos em um momento decisivo da história do Egito, que alguns querem levar para o desconhecido", declarou Mansur, que prometeu "preservar a revolução", em referência à revolta que derrotou o antecessor de Morsy, Hosni Mubarak, em 2011.

Mansur, um juiz que prestou juramento em 4 de julho, um dia depois da queda de Morsy por parte do exército, estendeu de novo a mão à Irmandade Muçulmana, o movimento do ex-presidente.

Ele também prometeu uma "justiça transitória", em um contexto em que se multiplicam os pedidos de julgamento de Morsy, detido pelo exército, e em que houve uma onda de prisões dos partidários e simpatizantes do presidente deposto.

"O desejo de justiça e reconciliação preocupa a todos", disse Mansur, que pôs em prática um plano de transição política e nomeou um primeiro-ministro, Hazem Beblawi, cujo governo prestou juramento no sábado.

A Irmandade Muçulmana rejeitou qualquer negociação com Mansur e afirmou que continuará com as manifestações que reivindicam a volta de Morsy à presidência.

Desde 3 de julho, as manifestações de partidários de Morsy terminaram em confrontos com as forças de segurança e já deixaram mais de cem mortos.

"As forças armadas alertam contra os excessos na expressão das opiniões pacíficas e contra o uso da violência. Quem usar a violência durante as manifestações de sexta-feira colocará em risco a sua vida", informou na quinta-feira o exército em um comunicado publicado no Facebook.

Além dos protestos, as autoridades enfrentam um importante enfraquecimento da segurança na Península do Sinai, no leste do país, onde estão localizados grupos islamitas radicais.

Em relação à diplomacia, o novo ministro das Relações Exteriores, Nabil Fahmy, conversou por telefone com o equivalente americano, John Kerry, sobre temas relacionados ao Oriente Médio e sobre a situação interna do Egito.