Uma juíza militar dos Estados Unidos se recusou a rejeitar a acusação de "cumplicidade com o inimigo" contra Bradley Manning, o soldado que admitiu ter vazado milhares de documentos secretos ao WikiLeaks.
A defesa entrou com recurso para que o ex-analista fosse considerado inocente desta acusação, pela qual poderia ser condenado à prisão perpétua. Mas a juíza considerou que a acusação tinha apresentado provas suficientes para sustentar a acusação.
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O advogado de Manning, David Coombs, argumentou que o Ministério Público não conseguiu provar que o soldado tinha "conhecimento real" de que os documentos secretos vazados poderiam ajudar a Al-Qaeda, direta ou indiretamente.
No entanto, a juíza Denise Lind disse que os promotores ofereceram provas suficientes, já que durante sua formação, Manning foi informado de que os extremistas tinham acesso a internet.
Além disso, como analista de inteligência no Iraque, "ele sabia que o inimigo estava envolvido em atividades semelhantes", considerou a juíza.
Sua decisão, no entanto, não faz julgamento sobre a inocência ou culpa de Manning por esta acusação.
A juíza também manteve a acusação de fraude informática, que poderia lhe valer uma pena de 10 anos de prisão.
Sobre este ponto, a acusação alega que Manning excedeu o acesso autorizado a computadores militares, através da instalação de um software para recuperar milhares de documentos que foram entregues posteriormente ao WikiLeaks, no que foi o maior vazamento de informação da história do Estados Unidos.
As outras acusações contra Manning, que confessou ter vazado os documentos, poderiam mantê-lo na prisão por até 20 anos.
O julgamento na base militar de Fort Meade, em Maryland, ao norte de Washington, começou em junho e está prevista para terminar no final de agosto.