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Mulher que maltratou e matou filha de seis anos é presa na Austrália

O corpo em estado de decomposição e parcialmente queimado de Kiesha Weippeart foi encontrado em uma cova

Sydney - Uma australiana que matou a filha de seis anos e se desfez de seu corpo após anos de abusos foi presa nesta quinta-feira (18/7), em um caso que provocou revolta e comoção na comunidade local. O corpo em estado de decomposição e parcialmente queimado de Kiesha Weippeart foi encontrado em uma cova oito meses depois de a menina ter sido reportada como desaparecida por sua mãe, Kristi Anne Abrahams, em julho de 2010.

[SAIBAMAIS]brahams, de 30 anos, manteve o corpo da criança em uma mala em seu quarto por vários dias antes de levá-lo de táxi para uma área florestal e enterrá-lo em uma cova rasa. Havia evidências de abuso da criança nos meses anteriores a sua morte, que foi causada por vários golpes na cabeça, incluindo um soco que quebrou seus dentes, afirmou o juiz da Suprema Corte Ian Harrison. "A agressora provocou a morte da vítima pela imposição de uma força violenta e letal contra uma criança vulnerável e indefesa sob seus cuidados que tinha o direito de esperar e de receber sua proteção", afirmou Harrison, observando que Abrahams foi "vilipendiada publicamente". "A morte de uma criança mexe com muitas emoções na comunidade", afirmou o juiz.



Ocorreram cenas de fortes emoções no tribunal quando Harrison condenou Abrahams à pena máxima de 22 anos e meio de prisão - 16 deles sem liberdade condicional - por matar Weippeart, por queimar seu corpo e lançá-lo "sem cerimônia" na mata na tentativa de ocultar o crime. O assassinato abalou a região de Mount Druitt, em Sydney, onde Abrahams vivia, e um grupo de moradores lotou o tribunal para a condenação, aplaudindo e gritando quando a sentença foi decretada. Alison Anderson, vizinha de Abrahams, rejeitou os paralelos projetados pelo juiz Harrison entre o assassinato "previsível e evitável" cometido por Abrahams e o próprio abuso que sofreu quando criança, também culpando as autoridades de proteção à criança por não terem protegido Weippeart.

A menina ficou sob os cuidados do Estado depois que Abrahams a mordeu quando tinha 15 meses, mas voltou para a guarda da mãe 18 meses depois. Weippeart frequentou a escola durante apenas quatro dias de sua vida, o que permitia que Abrahams escondesse as marcas das agressões contra a filha.