"Em frente à maternidade, se vê a histeria da mídia, mas duas ruas à frente nos damos conta de que as pessoas não se importam", explica à AFP Graham Smith, um dos líderes dos republicanos. "Nossa campanha se inclui em um movimento mais amplo, que questiona o lugar dos valores democráticos neste país. Há dois ou três anos, aproveitamos todos os acontecimentos reais para divulgar nossa posição", acrescenta Smith.
Porém, com uma monarquia cuja popularidade está em no auge e com um evento de sorte como o nascimento de uma criança, parece difícil fazer com que a maioria dos britânicos se volte para os valores republicanos. "Não há muito espaço nos meios de comunicação para que as pessoas que tenham ideias republicanas possam se fazer ouvir", reconhece o cientista político Tony Travers, da London School of Economics (LSE). "A monarquia é popular e faz vender jornais", destaca.
O Guardian e o Independent, que são os jornais que mais podem defender os valores republicanos, se encontram politicamente mais ao lado do partido dos trabalhadores ou dos liberal-democratas do que do lado dos conservadores. Além disso, a alternativa ao regime não é clara, observa Tony Travers. "A Austrália quis, no passado, se livrar da monarquia, mas não conseguiu encontrar alternativas", recorda. Graham Smith disse que gostaria que sua voz tivesse mais alcance, mas reconhece que é muito difícil lutar agora contra essa histeria em torno do nascimento do bebê real.