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OCDE prevê recorde de desemprego de 12,3% na zona do euro em 2014

Jovens continuarão sendo os principais afetados pelo desemprego, segundo as previsões da Organização

O desemprego na Eurozona alcançará no fim de 2014 um nível recorde de 12,3% (alta de 0,1% na comparação com maio de 2013) e os jovens continuarão sendo os principais afetados, segundo as previsões da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

A média inclui "importantes e crescentes diferenças" entre os 17 países do bloco monetário, segundo a OCDE.


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O desemprego vai piorar nos países mais afetados, como a Grécia, onde chegará a 28,2% (26,8% em maio de 2013), e a Espanha, com 27,8% (26,8%). Mas, na Alemanha, principal economia do bloco, cairá a 4,7% (5,3% em maio).

Na França, o desemprego chegará a 11,2% (10,9%) e na Itália, a 12,6% (12,2%), segundo a organização que reúne 34 países.

No conjunto dos países da OCDE, o desemprego ficará em 7,8% no último trimestre de 2014, uma redução de 0,2% em relação a maio de 2013.

O resultado será expressivo nos Estados Unidos, com uma queda do desemprego a 6,7% (contra 7,6% em maio deste ano).

"Cicatrizes sociais" da crise

No total, cerca de 48 milhões de pessoas - quase 16 milhões a mais que em 2007, antes da crise - estão sem emprego nos países da OCDE.

"Mas as cicatrizes da crise financeira global, que explodiu em 2007, estão longe de desaparecer", disse o secretário-geral da OCDE, o mexicano Miguel Angel Gurría, na apresentação do relatório nesta terça-feira, em Paris.

"Muitos de nossos países membros continuam enfrentando um desemprego elevado e persistente, principalmente entre os jovens", acrescentou.

De fato, o desemprego juvenil continuará sendo um verdadeiro flagelo nos países do sul da Europa: superará 60% na Grécia, 55% na Espanha e se situará em torno de 40% na Espanha e Portugal, "níveis sem precedentes", disse a organização.

Ao desemprego persistente se soma o problema dos cortes nas ajudas aos desempregados, que caíram 20%, segundo o OCDE.

"Os gastos dedicados aos desempregados diminuíram muito desde que começou a crise, cerca de 20% por desempregado em média" nos países da organização, lembra o relatório, como consequência dos cortes nos orçamentos públicos.

Por isso, a OCDE pede para que os países reforcem as medidas de ajuda (principalmente subsídios e formação) para encontrar de novo um emprego.

O relatório também destaca que "os trabalhadores de mais idade sobrevivem melhor à crise, porque sua taxa de emprego aumenta ou diminui muito levemente".