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Netanyahu afirma que pode agir contra o Irã antes dos EUA

"Estão se aproximando cada vez mais da linha vermelha, embora ainda não a tenham atravessado", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu

Washington - O Irã está se aproximando "cada vez mais" da produção de uma arma nuclear e Israel pode agir antes dos Estados Unidos, advertiu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, neste domingo (14/7). "Estão se aproximando cada vez mais da linha vermelha, embora ainda não a tenham atravessado", afirmou Netanyahu ao programa da rede CBS News "Face the Nation". Netanyahu explicou que Israel tem um calendário mais curto do que Washington, o que implica a possibilidade de ações unilaterais para acabar com o polêmico programa nuclear iraniano.

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"Nossos relógios estão marcando um ritmo diferente. Nós estamos mais perto deles que os Estados Unidos. Somos mais vulneráveis e, portanto, teremos que solucionar esta questão de como deter o Irã, talvez antes que os Estados Unidos o façam", disse. Netanyahu afirmou que os iranianos estão construindo "centrífugas mais rápidas que os permitirão cruzar a linha a uma velocidade muito maior, isto é, dentro de algumas semanas".

Ele também se mostrou cético em relação à possibilidade de mudança de postura do novo presidente iraniano, o clérigo moderado e ex-negociador nuclear Hassan Rohani, que assumirá o poder em 3 de agosto. "Ele critica seu antecessor (o presidente Mahmud Ahmadinejad) por ser um lobo e ter a pele de um lobo. Sua estratégia será a de um lobo com pele de cordeiro, sorrir e produzir uma bomba", afirmou Netanyahu.

O líder israelense pediu que os Estados Unidos deixem claro para Rohani que não permitirão que o Irã construa uma arma nuclear e que a força militar "esteja realmente sobre a mesa". "Se as sanções não funcionarem, saibam que estamos preparados para realizar ações militares, é a única coisa em que prestarão atenção", afirmou. O Ocidente defende que o Irã está desenvolvendo uma arma nuclear, enquanto Teerã insiste que seu programa tem fins totalmente pacíficos. As sanções econômicas causaram o isolamento do país islâmico.