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Justiça do Egito decide congelar bens de 14 dirigentes islamitas

A decisão foi tomada como parte de uma investigação de vários confrontos sangrentos, que causaram a morte de 53 pessoas no Cairo

Cairo - A justiça egípcia decidiu congelar neste domingo (14/7) os bens de 14 lideranças islamitas, incluindo Mohamed Badie, guia supremo da Irmandade Muçulmana, movimento ao qual pertence o presidente deposto Mohamed Morsy, indicaram fontes judiciais.

Esta decisão do procurador-geral Hicham Barakat atinge nove dirigentes da Irmandade Muçulmana, indicaram essas fontes.

Ela foi tomada como parte de uma investigação a respeito de vários confrontos sangrentos, registrados principalmente no dia 8 de julho, que causaram a morte de 53 pessoas no Cairo.

A violência registrada em 8 de julho durante uma manifestação pró-Morsy em frente à sede da Guarda Republicana, tem sido chamada de "massacre" pela Irmandade, que garante que os manifestantes foram atacados enquanto rezavam.



Os militares, por sua vez, afirmam ter respondido ao ataque de "terroristas".

Um mandado de prisão foi emitido dois dias depois contra o guia supremo e outros líderes da Irmandade Muçulmana, por envolvimento na tragédia. Cerca de 250 pessoas foram acusadas .

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) criticou a investigação realizada até o momento, ressaltando que esta também deveria determinar a responsabilidade entre membros das forças de ordem.

Desde a derrubada do presidente Mohamed Morsy pelo Exército, em 3 de julho, cerca de 100 pessoas morreram em episódios de violência.