Em Oakland, Califórnia, os manifestantes quebraram vidraças de lojas e picharam carros, mas a maioria dos protestos foi pacífico.
O veredicto foi aplaudido pelos defensores das armas e considerado frustrante por aqueles que veem neste caso um ato injusto e racista.
"Obviamente, estamos exultantes com o resultado. George Zimmerman nunca foi culpado de qualquer coisa, exceto de proteger-se em autodefesa", declarou o advogado de defesa, Mark O;Mara.
No entanto, Don West, outro advogado de defesa, reconheceu que o caso foi uma "tragédia" pela morte do adolescente e por toda a polêmica levantada sobre a questão.
O caso dividiu o país entre aqueles que acreditam que Zimmerman -filho de pai branco e mãe peruana- matou o jovem por racismo e aqueles convencidos que que o vigilante agiu em legítima defesa.
"Deus nos abençoou, e até mesmo em morte, eu sei que o meu bebê está orgulhoso da luta que, junto com todos vocês, nós travamos", declarou em seu Twitter o pai da vítima, Tracy Martin, pouco depois do veredicto.
Ele e a mãe de Trayvon, Sybrina Fulton, disseram estar "com o coração partido", mas agradeceram àqueles que lutam para que mortes como esta "não voltem a acontecer".
O júri teve de decidir entre as acusações de homicídio qualificado, que pode ser punido com prisão perpétua; assassinato, com pena de até 30 anos de detenção; e inocência, a opção escolhida.
Centenas de pessoas de diversas descendências, em sua maioria estudantes, pastores e ativistas de movimentos afroamericanos, se aproximaram dos portões do Palácio de Justiça em Sanford para exigir "justiça para Trayvon Martin", enquanto outros residentes da Flórida, em sua maioria brancos, comemoraram a inocência de George Zimmerman.
"Este é o fim do nosso sistema de justiça. A Justiça não é igual para todos", declarou Ashton Summer, um jovem de origem porto-riquenha de 20 anos, revoltado com o veredicto.
O promotor Bernie o Rionda, chefe da acusação, disse que estava "desapontado com o veredicto", mas aceitou e, como os demais promotores e advogados de defesa de Zimmerman, pediu para que todos respeitassem de forma pacífica esta decisão.
A promotora do estado, Angela Corey, ressaltou que "fez o seu melhor" para mostrar ao júri todas as evidências de um caso que "merecia ser analisado", e lamentou o resultado.
Zimmerman, de 29 anos, assegura que atirou no jovem em legítima defesa depois de ter sido atacado por Martin, um jovem de Miami.
Pastores de igrejas da comunidade negra e branca no centro da Flórida trabalham com a Promotoria, o Tribunal e a Polícia há meses para levar uma mensagem de paz e tolerância às comunidades locais.
"Para muitos, este era o veredicto menos esperado e temos que dar apoio a essas pessoas para que acreditem na justiça e na necessidade de continuar sua luta em paz", disse à AFP Quintin Faison, pastor da igreja batista Rescue, em Sanford.
Mesmo antes do anúncio do veredicto, moradores de Goldsboro, histórico bairro negro de Sanford, haviam expressado sua rejeição a qualquer ato de violência.
"Não precisamos de distúrbios porque isso pode ficar bem ruim", disse Gail A. Wright, uma moradora de Goldsboro.
A morte de Martin e o fato de o acusado não ter sido imediatamente detido pela polícia no ano passado causou protestos em várias cidades do país, levando o presidente Barack Obama a se pronunciar sobre o caso.
"Se eu tivesse um filho, ele se pareceria com Trayvon", disse Obama ao exigir um debate sobre o racismo e a lei das armas da Flórida.