"Esses agentes de inteligência dos Estados Unidos têm mensagens eletrônicas de nossas máximas autoridades da Bolívia", afirmou Morales durante um ato público em um povoado andino. Ele disse ter recebido essas informações de alguns "presidentes amigos" em Montevidéu, durante a cúpula do Mercosul.
O chanceler argentino, Héctor Timerman, também denunciou na sexta a espionagem de mais de 100 autoridades de seu país.
Morales afirmou que a espionagem tem o objetivo de possibilitar uma "intervenção, uma dominação".
"E para que querem dominar?, para se apoderar de nossos recursos naturais, essa é a história", concluiu.
"Me recomendaram a não usar (e-mail) e eu fechei (o endereço)", disse.
As revelações do mandatário boliviano foram feitas um dia depois de o Mercosul ter manifestado sua solidaridade a ele.
Na semana passada, o avião que transportava Morales não obteve permissão para entrar no espaço aéreo de França, Itália, Espanha e Portugal, em sua viagem de Moscou a La Paz, por suspeitas de que estivesse levando a bordo Edward Snowden, procurado por Washington por ter vazado informações relativas a um grande programa de espionagem de comunicações elaborado pelo governo americano.
O presidente boliviano reiterou que daria asilo a Snowden, cumprindo "normas e acordos internacionais". Além da Bolívia, Venezuela e Nicarágua se ofereceram para recebê-lo.