Agência France-Presse
postado em 09/07/2013 11:08
Moscou - Um tribunal de Moscou emitiu uma ordem de prisão para o advogado Boris Kuznetsov, ex-defensor das famílias do marinheiros mortos em 2000 no acidente do submarino "Kursk", refugiado nos Estados Unidos.A decisão é parte das ações judiciais iniciadas em 2007 contra o advogado pela revelação de segredos de Estado, depois que ele divulgou um documento sobre as escutas do FSB (Serviço Federal de Segurança) em outro caso, afirma o jornal oficial Rosiiskaia Gazeta. Kuznetsov, que deixou a Rússia pouco depois do início dos processos, recebeu asilo político nos Estados Unidos, afirma o jornal.
O advogado de Kuznetsov, Robert Zinoviev, declarou ao jornal Kommersant que o cliente vincula a ordem de prisão a sua participação na composição nos Estados Unidos da "lista Magnitski" e às acusações que fez contra o presidente Vladimir Putin no caso "Kursk" (118 mortos).
[SAIBAMAIS]
O governo americano publicou em abril uma lista de dirigentes russos proibidos de entrar no país e que podem ser submetidos a sanções por suposto envolvimento na morte, na prisão, em 2009 de Serguei Magnitski, o jurista de um fundo de investimentos ocidental. O caso provocou uma escalada da tensão entre Moscou e Washington. Segundo o advogado, Kuznetsov reativou recentemente a polêmica sobre o acidente do "Kursk", ao considerar que Putin deveria ser julgado.
O submarino afundou depois da explosão de um torpedo durante manobras no Mar de Barents (noroeste da Rússia) em 12 de agosto de 2000. Os tripulantes morreram porque não foram socorridos a tempo.
Leia mais notícias em Mundo
Putin, que acabara de chegar ao poder, primeiro não interrompeu as férias e depois aguardou vários dias antes de aceitar ajuda estrangeira.