BUENOS AIRES - O poderoso sindicato dos caminhoneiros, crítico da presidente argentina Cristina Kirchner e cujo líder, Hugo Moyano, formou um partido político opositor, realizou nesta segunda-feira (8/7) uma greve e uma manifestação contra um imposto ao salário, em meio à campanha eleitoral para as legislativas de outubro.
"Não ao imposto ao salário! Os caminhoneiros dizem basta", diziam grandes cartazes na Praça de Maio, de costas para a Casa Rosada, sede do governo federal.
Com 250.000 afiliados, o sindicato de caminhoneiros paralisou o abastecimento de alimentos e combustíveis, a coleta de lixo, o transporte de gado aos mercados e a distribuição de jornais, entre outros serviços.
"No dia 27 de outubro vamos votar para acabar com todas as injustiças deste governo, para isso os convocamos", disse Moyano no ato, diante de cerca de 10.000 manifestantes.
O ex-aliado da presidente Cristina Kirchner pediu a seus seguidores para "não voltar a errar" quando votarem nas eleições legislativas de outubro, quando será renovada a metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado.
"Saibamos bem em quem votaremos no dia 27 de outubro: não voltemos a errar porque seria imperdoável para os trabalhadores", alertou o líder de um dos setores da dividida Confederação Geral do Trabalho (CGT), pedindo, além disso, para "recuperar o peronismo", no governo da Argentina.
Após lançar em maio o Partido pela Cultura, a Educação e o Trabalho, Moyano, que se considera um "verdadeiro peronista", selou uma aliança opositora com outros grupos, visando às eleições.
O sindicato de caminhoneiros, chave para a economia, em um país de território extenso e com ferrovias sucateadas, têm, em geral, salários superiores à média, e sofrem o efeito do imposto de renda, o que Moyano considera como "imposto ao salário".
"Todos os caminhoneiros ganham mais de 10.000 pesos e eu sou um dos prejudicados. É certo que não queremos fazer horas extras, embora haja trabalho, porque não nos convém: aumentam o salário, mas te tiram tudo com o imposto", disse à AFP, Mariano Saavedra, 30 anos, motorista de caminhão de uma empresa de refrescos.
Segundo Moyano, um salário de 15.000 pesos (2.700 dólares), que não é suficiente para ser gasto ostentosamente, não deveria pagar esse imposto.
O imposto de renda estava destinado desde sua criação em 1933 a taxar a renda patronal e os altos salários de executivos de empresas.
Contudo, devido ao aumento de salários por causa da inflação e a não atualização do mínimo do tributo, na última década, a quantidade de assalariados que pagam essa taxa cresceu de 290.000 a 1,6 milhão, segundo o Instituto Argentino de Análise Fiscal.
A CGT, com cerca de oito milhões de afiliados e histórico apoio aos governos peronistas como o atual, se dividiu em julho de 2012 e Moyano passou à oposição enquanto a maioria dos sindicatos industriais continua apoiando Kirchner.
Fernando, um jovem caminhoneiro do setor de laticínios que não quis dizer seu sobrenome, afirmou à AFP que não voltará a votar em Kirchner porque "(ela) nos tirou muito dinheiro" em impostos.
O líder dos caminhoneiros assumiu a CGT em 2003, durante o governo do ex-presidente Néstor Kirchner (2003/7), com quem manteve uma aliança que perdurou no primeiro governo de Cristina Kirchner (2007/2011) apesar de crescentes tensões.
A relação terminou após a reeleição da presidente com 54% dos votos nas eleições de 2011, quando foram excluídos das listas governistas os candidatos propostos por Moyano.
"Não ao imposto ao salário! Os caminhoneiros dizem basta", diziam grandes cartazes na Praça de Maio, de costas para a Casa Rosada, sede do governo federal.
Com 250.000 afiliados, o sindicato de caminhoneiros paralisou o abastecimento de alimentos e combustíveis, a coleta de lixo, o transporte de gado aos mercados e a distribuição de jornais, entre outros serviços.
"No dia 27 de outubro vamos votar para acabar com todas as injustiças deste governo, para isso os convocamos", disse Moyano no ato, diante de cerca de 10.000 manifestantes.
O ex-aliado da presidente Cristina Kirchner pediu a seus seguidores para "não voltar a errar" quando votarem nas eleições legislativas de outubro, quando será renovada a metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado.
"Saibamos bem em quem votaremos no dia 27 de outubro: não voltemos a errar porque seria imperdoável para os trabalhadores", alertou o líder de um dos setores da dividida Confederação Geral do Trabalho (CGT), pedindo, além disso, para "recuperar o peronismo", no governo da Argentina.
Após lançar em maio o Partido pela Cultura, a Educação e o Trabalho, Moyano, que se considera um "verdadeiro peronista", selou uma aliança opositora com outros grupos, visando às eleições.
O sindicato de caminhoneiros, chave para a economia, em um país de território extenso e com ferrovias sucateadas, têm, em geral, salários superiores à média, e sofrem o efeito do imposto de renda, o que Moyano considera como "imposto ao salário".
"Todos os caminhoneiros ganham mais de 10.000 pesos e eu sou um dos prejudicados. É certo que não queremos fazer horas extras, embora haja trabalho, porque não nos convém: aumentam o salário, mas te tiram tudo com o imposto", disse à AFP, Mariano Saavedra, 30 anos, motorista de caminhão de uma empresa de refrescos.
Segundo Moyano, um salário de 15.000 pesos (2.700 dólares), que não é suficiente para ser gasto ostentosamente, não deveria pagar esse imposto.
O imposto de renda estava destinado desde sua criação em 1933 a taxar a renda patronal e os altos salários de executivos de empresas.
Contudo, devido ao aumento de salários por causa da inflação e a não atualização do mínimo do tributo, na última década, a quantidade de assalariados que pagam essa taxa cresceu de 290.000 a 1,6 milhão, segundo o Instituto Argentino de Análise Fiscal.
A CGT, com cerca de oito milhões de afiliados e histórico apoio aos governos peronistas como o atual, se dividiu em julho de 2012 e Moyano passou à oposição enquanto a maioria dos sindicatos industriais continua apoiando Kirchner.
Fernando, um jovem caminhoneiro do setor de laticínios que não quis dizer seu sobrenome, afirmou à AFP que não voltará a votar em Kirchner porque "(ela) nos tirou muito dinheiro" em impostos.
O líder dos caminhoneiros assumiu a CGT em 2003, durante o governo do ex-presidente Néstor Kirchner (2003/7), com quem manteve uma aliança que perdurou no primeiro governo de Cristina Kirchner (2007/2011) apesar de crescentes tensões.
A relação terminou após a reeleição da presidente com 54% dos votos nas eleições de 2011, quando foram excluídos das listas governistas os candidatos propostos por Moyano.