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Síria convida autoridades da ONU a discutir sobre armas químicas

Segundo as Nações Unidas, Damasco rejeita que a ONU investigue acusações semelhantes contra o Exército sírio

NOVA YORK - O governo sírio convidou dois funcionários de alto escalão das Nações Unidas a Damasco para discutir a suposta utilização de armas químicas no conflito, indicou nesta segunda-feira (8/7) o embaixador da Síria na ONU, Bashar Jaafari.

O convite foi dirigido a Ake Sellstrom, investigador sueco nomeado pela ONU para liderar uma investigação sobre o uso de armas químicas na Síria, e Angela Kane, representante da ONU para o desarmamento.

Trata-se de "discutir o mecanismo e os termos de referência da missão" de investigação instituída em março, disse o embaixador à imprensa.



O governo insiste que a investigação da ONU seja focada em um incidente atribuído por Damasco à oposição síria que ocorreu no dia 23 de março em uma zona próxima a Aleppo (norte).

Segundo as Nações Unidas, Damasco rejeita que a ONU investigue acusações semelhantes contra o Exército sírio feitas por Londres e Paris, que se referem a incidentes no centro do país no dia 23 de dezembro de 2012.

Esta divergência fez com que até o momento a missão de investigação não tenha viajado à Síria. A ONU publicou um comunicado indicando que o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, "acolhe favoravelmente a proposta do governo da Síria para manter as negociações sobre a missão" de investigação, mas sem indicar uma possível data de viagem a Damasco.

Ban "espera que a Síria proporcione à missão o acesso necessário para uma ampla investigação no terreno", acrescentou a organização no comunicado. "A cooperação da Síria neste sentido será essencial para que a missão possa estabelecer os fatos de maneira crível".