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Primeiro filho de Kate e William pode assumir o trono britânico

O "bebê real" irá ultrapassar o príncipe Harry, ficando atrás de William e Charles, na fila de herdeiros da coroa

Londres - O primeiro filho de William e Kate será o terceiro na ordem de ascensão ao trono britânico e algum dia deve vir a reinar, independentemente do sexo, uma vez aprovada uma mudança histórica nas regras de sucessão. O "bebê real", esperado para este mês, irá ultrapassar seu tio Harry, ficando atrás de seu pai William (segundo) e seu avô Charles (primeiro), na fila de herdeiros da coroa.



No Reino Unido, o projeto de lei foi rapidamente aprovado pelo Parlamento e consentido pela rainha em abril. Mas para entrar em vigor, deve ainda ser formalmente aprovado em cada um dos 15 países. O Palácio de Buckingham e o governo britânico "desejam evitar uma situação em que as regras de sucessão sejam diferentes para alguns reinos, pois isso poderia levar a um cenário no qual teríamos um monarca diferente nestes domínios", explicou à AFP Robert Hazell, diretor do departamento de estudos constitucional da University College London (UCL).

[SAIBAMAIS]Londres "espera que todos os países alterem a sua legislação até ao final deste ano ou, o mais tardar, dentro dos próximos 12 meses", indicou. No Canadá, onde o Parlamento aprovou a mudança, uma ação foi apresentada em junho perante o Tribunal Superior de Quebec para declarar inconstitucional a nova lei, alegando que as províncias não foram consultadas. Mas em Londres, o governo minimiza esses imprevistos. "Isto não é uma corrida contra o tempo", disse um porta-voz do gabinete do Governo.

Este "Ato de sucessão à coroa 2013" será aplicado retroativamente, para as crianças nascidas "depois de 28 de outubro de 2011". O que exclui a princesa Anne, segunda filha da rainha e do príncipe Philip. Na ordem de sucessão ao trono, ela está atrás de seus dois irmãos mais novos e seus filhos. A nova legislação também coloca um fim à proibição de um monarca de se casar com um ou uma católica, regra estabelecida pelo Bill of Rights (1689) e The Act of Settlement (1701), após o cisma anglicano do século XVI.

O fim da proibição, portanto, recoloca na linha de sucessão os membros da família real que tinham sido excluídos após se casarem com católicos, como o príncipe Michael de Kent, primo da rainha. No entanto, a coroa está reservada para aqueles "em comunhão" com a Igreja Anglicana da Inglaterra, que exclui as pessoas de outras religiões e não crentes. "Esta proibição permanece, pois o soberano é o chefe da Igreja da Inglaterra" e, portanto, deve pertencer a ela, ressalta o especialista Bob Morris, da UCL.