Jornal Correio Braziliense

Mundo

Partidos devem anunciar hoje solução para manter governo de Passos Coelho

As direções das duas legendas vão tratar da manutenção do gabinete de Coelho, ameaçado há cinco dias desde a saída do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que pediu demissão

As direções das duas legendas que formam o governo do primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho reúnem-se separadamente neste sábado (6) para tratar da manutenção do gabinete, ameaçado há cinco dias desde a saída do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que pediu demissão ;obedecendo a consciência; e em caráter ;irrevogável;.

Conforme a agência Lusa, os dois políticos teriam chegado a um entendimento ontem (5) após duas reuniões e Passos Coelho já haveria apresentado ao presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, uma solução para o impasse.


[SAIBAMAIS]Há cerca de um ano, Paulo Portas e o seu partido, Centro Democrático Social ; Partido Popular (CDS-PP), mantêm a estratégia política de tentar se diferenciar de Passos Coelho e da sua legenda, Partido Social Democrata (PSD), por causa das impopulares medidas de austeridade do programa de ajustamento econômico executado pelo governo e acordado em memorando com o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia (grupo de instituições que formam a Troika).

Desta vez, a ameaça de rompimento ocorre porque Portas não concordou com a escolha de Maria Luís Albuquerque (ex-secretária do Tesouro) para o Ministério das Finanças, em substituição ao economista Vitor Gaspar. A avaliação do aliado é que a nomeação representa continuidade da política de restrito controle fiscal com consequências recessivas para a economia, que já diminui de tamanho há dez trimestres.

O Jornal de Negócios divulgou na noite de ontem (5) pelas redes sociais que o acordo alcançado entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas inclui a manutenção do ministro no governo assumindo o cargo de vice-primeiro-ministro com a responsabilidade da coordenação econômica.

Conforme o jornal, Portas deixaria o Ministério dos Negócios Estrangeiros (equivalente ao Ministério das Relações Exteriores no Brasil) e seria substituído pelo vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva.

O governo, a Presidência da República e nem os partidos políticos confirmam o arranjo político. Em entrevista à agência Lusa, Moreira da Silva disse que o entendimento alcançado entre Passos Coelho e Portas "é uma solução que reforça os níveis de confiança, de coesão e de estabilidade nesse governo e é essa resposta que os portugueses esperam para a estabilidade que assegure o cumprimento do memorando de entendimento e da abertura para uma fase de crescimento e de emprego".