LIMA - Uma pirâmide do Complexo Arqueológico El Paraíso, o mais antigo de Lima, destruída pelo desenvolvimento imobiliário local, é "irrecuperável", o que significa a perda de 5.000 anos de história de uma sociedade da costa central peruana, disse um especialista consultado pela AFP.
"Perderam-se 5.000 anos de história. É como se tivessem destruído uma catedral. Reconstruí-la já não é a mesma coisa", afirmou o arqueólogo Marco Guillén, referindo-se ao desaparecimento da pirâmide nesse sítio arqueológico, a cerca de 15 km da capital.
A construção pré-colombiana foi arrasada no sábado passado (39/6) por máquinas retroescavadoras e pás mecânicas, acionadas por desconhecidos vinculados a empresas imobiliárias com interesses na área, segundo o Ministério da Cultura.
A pirâmide, de seis metros de altura, fazia parte de um grupo de 12 estruturas similares existentes nesse complexo, onde ainda há algumas a serem escavadas. As pirâmides estão espalhadas por uma área de 45 hectares perto do mar.
"Nunca veremos aspectos dessa sociedade e sobre os rituais que eram feitos em torno dessa pirâmide, porque, embora todas as pirâmides seja similares, cada uma tem sua própria característica, seus próprios rituais; não poderemos mais saber o que aconteceu lá", disse Guillén.
Duas empresas proprietárias dos terrenos foram denunciadas criminalmente pelo Ministério da Cultura quando se tomou conhecimento da destruição: a Imobiliária Alisol e a Companhia Provelanz.
"Segundo a lei peruana, o proprietário de um terreno tem todo o direito a sua propriedade, mas deve excluir a área arqueológica, que não pertence ao privado, mas ao Estado", disse o vice-ministro do Patrimônio Cultural e das Indústrias Culturais do Peru, Rafael Varón, em entrevista à rede BBC.
No sábado, 12 desconhecidos chegaram ao local e fizeram uma cortina de fumaça, queimando lixo, para esconder sua presença e iniciar a destruição da pirâmide. "Tudo foi uma operação bem organizada", avaliou Guillén.
A intenção dos criminosos era "destruir as outras três pirâmides também, mas não conseguiram, porque o vigia do sítio arqueológico avisou a polícia", acrescentou o especialista.
Agora, o santuário está sob vigilância da polícia diante da possibilidade de novos ataques. "Tem um pessoal estranho, rondando a área. O perigo é latente", alertou.
Em fevereiro passado, o governo peruano havia anunciado a descoberta em El Paraíso do que se acredita ser sua construção central, o Templo do Fogo, um centro cerimonial subterrâneo de quatro níveis.
Diversas zonas arqueológicas do Peru sofrem com a ameaça não apenas de empresas imobiliárias, mas de mineradoras formais e informais.
Esse é o caso do complexo pré-incaico Yanamarca, na região centro-andina de Junín, atualmente invadido por mineiros informais, e da cidade sagrada de Caral, considerada a civilização mais antiga da América e assediada por construtoras.
"Perderam-se 5.000 anos de história. É como se tivessem destruído uma catedral. Reconstruí-la já não é a mesma coisa", afirmou o arqueólogo Marco Guillén, referindo-se ao desaparecimento da pirâmide nesse sítio arqueológico, a cerca de 15 km da capital.
A construção pré-colombiana foi arrasada no sábado passado (39/6) por máquinas retroescavadoras e pás mecânicas, acionadas por desconhecidos vinculados a empresas imobiliárias com interesses na área, segundo o Ministério da Cultura.
A pirâmide, de seis metros de altura, fazia parte de um grupo de 12 estruturas similares existentes nesse complexo, onde ainda há algumas a serem escavadas. As pirâmides estão espalhadas por uma área de 45 hectares perto do mar.
"Nunca veremos aspectos dessa sociedade e sobre os rituais que eram feitos em torno dessa pirâmide, porque, embora todas as pirâmides seja similares, cada uma tem sua própria característica, seus próprios rituais; não poderemos mais saber o que aconteceu lá", disse Guillén.
Duas empresas proprietárias dos terrenos foram denunciadas criminalmente pelo Ministério da Cultura quando se tomou conhecimento da destruição: a Imobiliária Alisol e a Companhia Provelanz.
"Segundo a lei peruana, o proprietário de um terreno tem todo o direito a sua propriedade, mas deve excluir a área arqueológica, que não pertence ao privado, mas ao Estado", disse o vice-ministro do Patrimônio Cultural e das Indústrias Culturais do Peru, Rafael Varón, em entrevista à rede BBC.
No sábado, 12 desconhecidos chegaram ao local e fizeram uma cortina de fumaça, queimando lixo, para esconder sua presença e iniciar a destruição da pirâmide. "Tudo foi uma operação bem organizada", avaliou Guillén.
A intenção dos criminosos era "destruir as outras três pirâmides também, mas não conseguiram, porque o vigia do sítio arqueológico avisou a polícia", acrescentou o especialista.
Agora, o santuário está sob vigilância da polícia diante da possibilidade de novos ataques. "Tem um pessoal estranho, rondando a área. O perigo é latente", alertou.
Em fevereiro passado, o governo peruano havia anunciado a descoberta em El Paraíso do que se acredita ser sua construção central, o Templo do Fogo, um centro cerimonial subterrâneo de quatro níveis.
Diversas zonas arqueológicas do Peru sofrem com a ameaça não apenas de empresas imobiliárias, mas de mineradoras formais e informais.
Esse é o caso do complexo pré-incaico Yanamarca, na região centro-andina de Junín, atualmente invadido por mineiros informais, e da cidade sagrada de Caral, considerada a civilização mais antiga da América e assediada por construtoras.