A reunião extraordinária marcada para a tarde desta quinta-feira (4/7) em Cochabamba, na Bolívia, para aprovar um ato de desagravo ao presidente Evo Morales, deve contar com a presença de sete presidentes, além dos representantes dos demais países, que integram a União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O Brasil será representado pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Eduardo dos Santos.
[SAIBAMAIS]O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, confirmou que os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai), Rafael Correa (Equador), Nicolás Maduro (Venezuela) e Dési Bouterse (Suriname), além de Morales, estarão presentes. O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, disse que o objetivo da reunião é aprovar um desagravo a Morales e registrar o ;abuso imperial; que desencadeou ;o sequestro; do presidente. A reunião foi convocada a pedidos de Correa, do Equador. A convocação extraordinária é uma resposta coletiva à proibição do avião de Morales de sobrevoar e aterrissar em quatro países europeus. A Unasul é formada por 12 países, mas o Paraguai está suspenso temporariamente.
Na terça-feira (2/7), o avião de Morales foi proibido de ingressar no espaço aéreo de Portugal, da França, Itália e Espanha porque havia suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Morales foi obrigado a desviar a rota e aguardar em Viena, na Áustria, autorização para seguir viagem. Nos Estados Unidos, Snowden é acusado de espionagem e está na Rússia esperando a concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há ainda informações de que comunicações da União Europeia foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil. Os presidentes Dilma Rousseff, Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), Mujica (Uruguai) e Correa (Equador) prestaram solidariedade a Morales. Nas declarações, eles consideraram os atos dos governos europeus uma violação à América Latina.