Jornal Correio Braziliense

Mundo

Grã-Bretanha pretende trabalhar com as novas autoridades do Egito

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, disse, entretanto, que o golpe militar no Egito é um "precedente perigoso"

Londres - A Grã-Bretanha pretende trabalhar com as novas autoridades egípcias, afirmou nesta quinta-feira (4/7) o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, um dia depois do exército egípcio ter derrubado o presidente islamita Mohamed Morsy.

[SAIBAMAIS]"Não apoiamos as intervenções militares em um sistema democrático", disse à BBC o chefe da diplomacia britânica. "Mas trabalharemos com as autoridades no Egito", completou. "É a realidade prática da diplomacia", explicou, antes de destacar que a Grã-Bretaña reconhece "os Estados e não os governos". "Devemos fazer isto pela segurança dos cidadãos britânicos, devemos fazer isto porque muitas empresas britânicas trabalham na região", disse.



Mas Hague considerou que o golpe militar no Egito é um "precedente perigoso", mas que "já aconteceu e devemos agora reconhecer que a situação vai evoluir". "Devemos compreender que esta intervenção é popular. Não há nenhuma dúvida sobre isto", completou. "Insisto no precedente que isto constitui, mas devemos com certeza trabalhar com os egípcios, com a vontade da maioria no Egito e é o que faremos", disse o ministro. Os militares egípcios suspenderam a Constituição e designaram o presidente do Tribunal Constitucional, Adli Mansur, para substituir Mursi.