A família real belga, cujo papel unificador tem sido chave no país em tempos de crise política, tem protagonizado este ano uma onda de escândalos que recheiam páginas e páginas de tabloides.
A rainha Fabíola, que nunca abdicou depois da morte do seu marido, o rei Balduíno, indignou recentemente a população ao criar uma fundação para salvar seu patrimônio dos altos impostos, em meio a um dos piores momentos da crise europeia.
Além disso, segundo uma biografia não autorizada, o rei teria tido uma filha, Delphine Bo;l, fruto de um relacionamento extraconjugal com uma aristocrata belga, a baronesa Sybille de Selys-Longchamps, que alimentou o escândalo ao revelar à imprensa detalhes sua suposta relação "de dez anos" com o monarca.
A suposta filha ilegítima de Albert II solicitou à justiça belga a realização de exames de DNA para comprovar seu parentesco.
Um dos filhos legítimos de Albert II, Lorenz, é acusado de ser a "ovelha negra" da família, dando combustível a livros e documentários sobre o seu suposto gosto pelo luxo e pela ostentação, sua inclinação à violência, os conflitos que teve com a justiça e as decisões equivocadas que tomou, como visitar o Congo contra as recomendações do governo e da Casa Real, o que o afastou dos atos oficiais.
A Constituição belga limita os poderes da monarquia a um mero papel de representação e símbolo de unidade, muito importante em um país historicamente dividido por disputas por soberania entre o norte e o sul.