A saga internacional de Edward Snowden, o ex-agente da CIA (Agência Central de Inteligência) que se tornou pivô do escândalo sobre vazamentos secretos nos Estados Unidos, ganhou ares de crise diplomática. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que o americano permanece em uma área de trânsito no aeroporto de Moscou, mas não em território russo. A informação confirma as suspeitas do governo norte-americano de que o denunciante ; cujo paradeiro era desconhecido ; ainda estivesse na capital russa, após deixar Hong Kong no fim de semana. Em visita à Finlândia, Putin convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o caso e responder ao tom de ameaça do dia anterior, quando Washington declarou que o antigo inimigo e a China sofreriam as ;consequências; nas relações com os EUA por ajudar Snowden. Os dois países rejeitaram as declarações.
Putin fez questão de ressaltar que o ex-colaborador da Agência de Segurança Nacional (NSA, pela sigla em inglês) não atravessou a fronteira russa e ;chegou como passageiro em trânsito e, portanto, não necessita de visto nem de qualquer outro documento;. ;Snowden realmente chegou a Moscou. Para nós, foi algo totalmente inesperado;, anunciou o presidente, lembrando que a Rússia não assinou um acordo de extradição com os EUA e, por isso, não está obrigado a entregá-lo. Washington pediu a extradição imediata de Snowden na segunda-feira. ;Ele é um homem livre. O quanto antes escolher seu destino final, melhor será, para todos nós e para ele;, lembrou Putin.