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Equador defende ex-agente de inteligência e analisa pedido de asilo

Segundo o chanceler equatoriano Ricardo Patiño, o país espera que a Rússia tome uma decisão sobre Snowden de acordo com suas leis



Patiño defendeu Snowden, o analista de informação e ex-consultor da NSA e ex-funcionário da CIA, que revelou os programas secretos de vigilância sobre as comunicações do governo dos Estados Unidos. Após as acusações de "traição" de Washington contra Snowden, o ministro equatoriano afirmou que "deveria ser perguntado quem traiu quem? Por acaso alguns cidadãos não são leais a seus compatriotas e ao resto da humanidade por terem revelado riscos e perigos que envolvem todos?".

[SAIBAMAIS]No domingo, o Equador recebeu um pedido de asilo do americano, que está sendo analisado pelo governo de Rafael Correa, levando em consideração "a Constituição, a declaração universal dos direitos humanos e outros instrumentos no marco do direito internacional", destacou Patiño. Quito comunicou a decisão a Moscou, onde Snowden desembarcou no domingo, e segundo o chanceler equatoriano está esperando que a Rússia "tome a decisão que considerar mais conveniente segundo suas leis e normas internacionais" a respeito.

O ministro citou uma carta que Snowden enviou ao presidente Correa para apresentar os motivos do pedido de asilo. "Escrevo para solicitar asilo ao Equador ante o risco de perseguição por parte do governo dos Estados Unidos e seus agentes", escreveu Snowden. No texto ele também afirma que caso seja detido "é improvável que receba um julgamento justo ou um tratamento humano, correndo o risco de prisão perpétua ou (pena) de morte." Na carta, o americano compara sua situação com a do soldado Bradley Manning, acusado de ter repassado ao WikiLeaks quase 700.000 documentos militares e diplomáticos considerados secretos pelo governo dos Estados Unidos. O julgamento de Manning começou em 3 de junho.