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Presidente sírio diz que deixar o poder seria uma 'traição nacional'

Assad reconheceu que há algumas centenas de combatentes xiitas do Hezbollah que ajudam o Exército sírio, mas minimizou a sua importância



[SAIBAMAIS]Questionado sobre a conferência de paz proposta por Moscou e Washington, ele respondeu que "há obstáculos externos, como a Turquia, Qatar, Arábia Saudita, França e Grã-Bretanha. Esses países não querem o diálogo e querem que a violência continue, é por esta razão que uma solução política é adiada". "Desde o início, eu me perguntava quanto tempo a crise duraria (..) e a minha resposta é que ele irá durar muito tempo, devido a fatores externos", disse.

Num trecho dessa entrevista divulgada na véspera, Assad afirmou que a Europa pagará muito caro por um possível fornecimento de armas aos rebeldes sírios, no momento em que a reunião do G8 debate o conflito sírio. "Se os europeus fornecerem armas, o quintal da Europa será (terreno fértil) para o terrorismo e a Europa pagará muito caro", declarou o ditador sírio.

A consequência de facilitar armas seria exportar o terrorismo para a Europa, segundo Assad. "Virão terroristas (à Europa) com uma experiência de combate e uma ideologia extremista", prosseguiu o presidente. "O terrorismo significa o caos e o caos leva à pobreza. E a pobreza significa que a Europa perde um mercado importante", disse, assegurando que "a Europa, querendo ou não, não tem outra escolha a não ser cooperar com o Estado sírio".

Bashar Al-Assad negou ainda que o Exército sírio tenha utilizado armas químicas contra os rebeldes, como afirmam vários países ocidentais. "Se Paris, Londres e Washington tivessem uma só prova de suas alegações, teriam apresentado abertamente", afirmou. "Tudo o que tem sido dito sobre o uso de armas químicas é mentira sobre a Síria. É uma tentativa de justificar uma ingerência militar maior", acrescentou o presidente sírio.

A Casa Branca endureceu a posição em relação ao regime sírio na semana passada e acusou Damasco pela primeira vez de ter utilizado armas químicas, principalmente o gás sarin, na guerra contra os rebeldes. Segundo Washington, entre 100 e 150 pessoas morreram em ataques químicos em um ano. Sobre isso, Assad respondeu: "De um ponto de vista militar, as armas convencionais podem matar em apenas um dia um número muito maior".