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Presidente turco esvazia último reduto de manifestantes em Istambul

Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Istambul e de Ancara pedindo a renúncia do governo

Na véspera, Erdogan se comprometeu a deter o projeto de urbanização do parque Gezi até que a justiça se pronuncie sobre sua legalidade.

Mas os irredutíveis do parque Gezi rejeitaram categoricamente o que o poder apresentou como uma concessão.

"Ficaremos aqui porque o governo não respeitou nossos pedidos", disse Ata, um manifestante do parque Gezi, à AFP.

Em 31 de maio, a polícia interveio para dispersar com violência os ativistas ecologistas que protestavam contra a destruição anunciada do parque Gezi e de suas 600 bananeiras no âmbito de um questionado projeto urbanístico na praça Taksim.

A indignação provocada por esta operação motivou a mais importante onda de protestos contra o governo islamita-conservador turco desde que chegou ao poder, em 2002. Em várias cidades do país, dezenas de manifestantes exigem a demissão de Erdogan, acusado de autoritarismo e de querer islamizar a sociedade turca.

Erdogan, confiante no apoio da maioria da população e cujo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) arrasou com 50% dos votos nas legislativas em 2011, adotou uma posição muito firme perante os manifestantes.

No domingo, o premier participará novamente de uma reunião pública com dezenas de milhares de manifestantes em Istambul.

A violência policial e a intransigência de Erdogan frente aos manifestantes lhe valeram críticas do exterior, principalmente dos Estados Unidos e da União Europeia.