Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reunia com o colega chinês, Xi Jinping, para discutir, entre outros temas, uma cooperação contra ciberespionagem, o jornal britânico The Guardian publicou uma nova denúncia de monitoramento de comunicações privadas pelo governo americano. O periódico teve acesso a mais um documento ultrassecreto, segundo o qual a Agência de Segurança Nacional (ANS, na sigla em inglês) dos Estados Unidos teria desenvolvido uma ferramenta para rastrear e identificar o número de dados monitorado em cada país. Ao Congresso, membros da ANS negaram por diversas vezes terem condições de rastrear as comunicações dos americanos. A ferramenta chamada Boundless Informant mostraria em um mapa-múndi o volume de informações coletadas ao redor do planeta. A notícia chega depois das revelações sobre o programa de espionagem Prism, que vasculha ligações e trocas de informações em nove gigantes da internet, como Microsoft, Yahoo, Google, Facebook e YouTube.
Segundo o The Guardian, com o Boundless Informant, a ANS coletou, em apenas um mês, cerca de 3 bilhões de dados de inteligência nos Estados Unidos. Em março, mais de 97 bilhões de informações foram recolhidas em todo o mundo. A ferramenta mostra metadados, ou seja, dados sobre dados. Ainda de acordo com o jornal, ela não permite que o usuário tenha acesso ao conteúdo monitorado, mas sim ao volume de informações coletadas. Irã, Paquistão, Jordânia, Egito e Índia foram os Estados mais monitorados de acordo com os documentos.
A porta-voz da NSA, Judith Emmel, explicou que a tecnologia desenvolvida até o momento não permite a identificação do emissor ou do destinatário de um e-mail, por exemplo. ;A NSA constantemente informa, inclusive o Congresso, que não tem a habilidade para determinar com certeza a localização ou a identidade de todos os envolvidos em uma troca de comunicação;, afirmou ao periódico.