PARIS - Protestos processuais da Rússia detiveram pelo quinto dia consecutivo as negociações da ONU sobre o clima, nesta sexta-feira (7/6), segundo delegados da conferência realizada em Bonn.
A Rússia tem bloqueado os trabalhos de um painel técnico crucial, que alimenta as negociações previstas para durar 12 dias.
Apoiados por Belarus e Ucrânia, os russos pedem um debate sobre como as decisões são acertadas na Convenção-quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), fórum de 20 anos que aborda o aquecimento global e seus impactos.
Eles afirmam que tentaram contestar um acordo na última grande reunião da UNFCCC, realizada em dezembro passado em Doha, no Catar, que considerava um prolongamento do Protocolo de Kyoto.
Mas queixam-se que foram ignorados pelo presidente da conferência catariota, que aprovou o acordo mesmo assim.
"Há uma grande disputa sobre como as regras são acertadas", afirmou a fonte de uma organização não governamental europeia. "Obviamente, eles se sentem muito aborrecidos com o que aconteceu lá e estão fazendo uma tempestade disso".
Outros países expressaram simpatia pela discussão da Rússia sobre a clareza como as decisões da ONU são adotadas, mas rejeitaram seus exigências de um debate.
Segundo outro delegado, as decisões em negociações sobre o clima já sofrem pressão de interesses nacionais e perderiam mais força se precisassem ser adoradas formalmente de forma unânime, ao invés do formato vago do consenso.
"Teria o efeito de refazer a lei internacional, é inadequado e perigoso porque poderia arrastar o plenário, comprometendo a eficácia de um processo que já enfrenta dificuldades para tomar decisões", acrescentou a fonte.
A disputa emperrou negociações técnicas sobre como os países em desenvolvimento estão alcançando metas de emissões, e sobre projetos de reflorestamento desenvolvidos por economias desenvolvidas e que fortalecem o comércio de carbono.
Uma coalizão de 850 grupos ambientalistas representados pela Rede de Ação Climática premiou a Rússia nesta sexta-feira (7/6) com um "fóssil" simbólico para o país "que faz mais para bloquear o progresso".
A decisão em Doha paralisou a venda de 5,8 bilhões de toneladas de créditos de carbono que a Rússia tinha acumulado na primeira rodada do Protocolo de Kyoto.
O país tinha ganhado estes créditos, não através de esforços para reduzir as emissões, mas depois que a pressão do mercado forçou o fechamento de fábricas emissoras de CO2 após a queda da União Soviética.
A disputa no painel, denominado Corpo Subsidiário para Implementação, não parece afetar severamente outras áreas das negociações, mas alimentou preocupações sobre os prazos, afirmaram as fontes.
A menos que se consigam recursos para uma reunião adicional, as negociações de Bonn serão as últimas antes do encontro ministerial anual da UNFCCC, que este ano será celebrado em Varsóvia entre 11 e 22 de novembro.
A meta é obter um grande avanço na direção de um pacto global sobre as emissões de carbono que possa ser assinado ao final de 2015 para entrar em vigor em 2020.
O interesse político em enfrentar as mudanças climáticas em nível global atingiu um pico após a Conferência de Copenhague, em 2009.
Mas o compromisso pouco ambicioso que foi fechado na capital dinamarquesa, em meio a cenas de caos e troca de acusações, reduziu as expectativas de que o fórum da ONU possa fazer muito.
A Rússia tem bloqueado os trabalhos de um painel técnico crucial, que alimenta as negociações previstas para durar 12 dias.
Apoiados por Belarus e Ucrânia, os russos pedem um debate sobre como as decisões são acertadas na Convenção-quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), fórum de 20 anos que aborda o aquecimento global e seus impactos.
Eles afirmam que tentaram contestar um acordo na última grande reunião da UNFCCC, realizada em dezembro passado em Doha, no Catar, que considerava um prolongamento do Protocolo de Kyoto.
Mas queixam-se que foram ignorados pelo presidente da conferência catariota, que aprovou o acordo mesmo assim.
"Há uma grande disputa sobre como as regras são acertadas", afirmou a fonte de uma organização não governamental europeia. "Obviamente, eles se sentem muito aborrecidos com o que aconteceu lá e estão fazendo uma tempestade disso".
Outros países expressaram simpatia pela discussão da Rússia sobre a clareza como as decisões da ONU são adotadas, mas rejeitaram seus exigências de um debate.
Segundo outro delegado, as decisões em negociações sobre o clima já sofrem pressão de interesses nacionais e perderiam mais força se precisassem ser adoradas formalmente de forma unânime, ao invés do formato vago do consenso.
"Teria o efeito de refazer a lei internacional, é inadequado e perigoso porque poderia arrastar o plenário, comprometendo a eficácia de um processo que já enfrenta dificuldades para tomar decisões", acrescentou a fonte.
A disputa emperrou negociações técnicas sobre como os países em desenvolvimento estão alcançando metas de emissões, e sobre projetos de reflorestamento desenvolvidos por economias desenvolvidas e que fortalecem o comércio de carbono.
Uma coalizão de 850 grupos ambientalistas representados pela Rede de Ação Climática premiou a Rússia nesta sexta-feira (7/6) com um "fóssil" simbólico para o país "que faz mais para bloquear o progresso".
A decisão em Doha paralisou a venda de 5,8 bilhões de toneladas de créditos de carbono que a Rússia tinha acumulado na primeira rodada do Protocolo de Kyoto.
O país tinha ganhado estes créditos, não através de esforços para reduzir as emissões, mas depois que a pressão do mercado forçou o fechamento de fábricas emissoras de CO2 após a queda da União Soviética.
A disputa no painel, denominado Corpo Subsidiário para Implementação, não parece afetar severamente outras áreas das negociações, mas alimentou preocupações sobre os prazos, afirmaram as fontes.
A menos que se consigam recursos para uma reunião adicional, as negociações de Bonn serão as últimas antes do encontro ministerial anual da UNFCCC, que este ano será celebrado em Varsóvia entre 11 e 22 de novembro.
A meta é obter um grande avanço na direção de um pacto global sobre as emissões de carbono que possa ser assinado ao final de 2015 para entrar em vigor em 2020.
O interesse político em enfrentar as mudanças climáticas em nível global atingiu um pico após a Conferência de Copenhague, em 2009.
Mas o compromisso pouco ambicioso que foi fechado na capital dinamarquesa, em meio a cenas de caos e troca de acusações, reduziu as expectativas de que o fórum da ONU possa fazer muito.