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John Kerry anuncia retomada do diálogo diplomático com Venezuela

"Acertamos que haverá um diálogo contínuo para tentar estabelecer uma agenda, começar a mudar o diálogo entre os nossos dois países", disse o secretário de Estado americano



O secretário agradeceu a Jaua e ao presidente Nicolás Maduro por terem tomado a iniciativa de pedir o encontro e de terem libertado o cineasta americano Timothy Hallet Tracy, que filmava na Venezuela e foi detido por acusação de espionagem. "Começamos o processo de criar uma agenda específica", destacou.

Jaua revelou à rede de TV Telesul que disse a Kerry que o governo de Nicolás Maduro tem "a melhor vontade" de melhorar as relações bilaterais, mas que isto depende de muitos fatores.

Resolver as divergências passa por respeitar o modelo socialista da Venezuela e evitar que sejam "reconhecidos ou estimulados" grupos antidemocráticos que empreendem "uma campanha de desestabilização das instituições venezuelanas", afirmou o chanceler.

"Em todo caso, temos fé e confiança de que esta reunião marcará o início de uma relação de respeito entre os governos do presidente Nicolás Maduro e Barack Obama, o que é conveniente aos dois povos e uma garantia de estabilidade".

Caracas e Washington retiraram seus respectivos embaixadores em 2010, após várias desavenças diplomáticas. Venezuela é o principal obstáculo diplomático para os Estados Unidos na América Latina desde a presidência do finado Hugo Chávez, mas também é o quarto maior fornecedor de petróleo dos EUA.

O governo venezuelano é criticado nos relatórios sobre tráfico de drogas e liberdade de expressão que o departamento americano de Estado publica anualmente, o que provoca reações iradas de Caracas.