Roma - Os advogados de Silvio Berlusconi pediram nesta segunda-feira (3/6) a absolvição do magnata das comunicações e ex-primeiro-ministro italiano, acusado pela justiça de seu país de abuso de poder e prostituição de menor de idade no chamado caso Ruby. A promotoria de Milão pediu há três semanas uma condenação a seis anos de prisão e a perda dos direitos políticos de Berlusconi por toda a vida.
A promotora Ilda Bocassini, chamada de La Rossa (a ruiva) por sua reputação de implacável durante as investigações contra a máfia, denunciou em uma longa audiência de quatro horas "o sistema de prostituição montado para satisfazer sexualmente Silvio Berlusconi". Segundo Bocassini, a jovem marroquina Karima el Mahrug, conhecida como Ruby, no centro do julgamento contra o ex-chefe de Governo, participou ainda menor de idade das festas do magnata, conhecidas como "bunga-bunga", organizadas em suas residências privadas.
Na alegação final, o advogado Ghedini acusou os juízes de preconceito contra Berlusconi e denunciou a "proximidade cultural" com a promotora Boccasini. Segundo os advogados, os jantares com jovens e prostitutas de luxo na mansão milanesa de Berlusconi eram reuniões "elegantes e normais".
A jovem, que fugiu de um centro de menores e contratada para as festas privadas do político bilionário, conseguiu desestabilizar há dois anos o governo de direita presidido pelo político italiano. Os defensores do magnata afirmam que Berlusconi atuou contra a prisão da jovem porque acreditava que ela era sobrinha do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, o que podia ser confirmado pelos ex-ministros Franco Frattini e Giancarlo Galán, segundo os advogados.