Centenas de manifestantes permaneciam na noite deste domingo na Praça Taksim de Istambul, abandonada pela polícia após dois dias de violentos confrontos, e estão determinados a manter vivo seu protesto contra Erdogan.
A saída da polícia, no sábado, refletiu um recuo de Erdogan, cujo governo é muito criticado pela violenta repressão do movimento de protesto.
A praça Taksim e o pequeno parque Gezi, cujo projeto de supressão gerou na sexta-feira o movimento de protesto antigovernamental, foram ocupados durante toda a noite por centenas de manifestantes que festejaram o recuo do primeiro-ministro.
No entanto, eles parecem dispostos a seguir travando sua batalha, já que as barricadas continuavam erguidas neste domingo nas ruas que levam à praça Taksin, com mobiliário urbano, carros ou inclusive ônibus virados.
Ao pé das barricadas, com inscrições como "hukumet istifa" ("governo renúncia"), grupos de manifestantes pareciam se preparar para mais confrontos. "Todos os turcos estão fartos há 10 ou 11 anos, hoje todos querem que o primeiro-ministro vá embora", disse à AFP um deles, Hallit Aral.
O presidente da Turquia, Abdullah Gul, fez um chamado ao "sentido comum" e à "calma" e considerou que os protestos alcançaram um nível inquietante.
"Em uma democracia, as reações devem ser expressadas (...) com sentido comum, com calma, e os líderes devem mobilizar seus esforços para ouvir as diferentes opiniões e inquietações", disse o presidente.
Países aliados ocidentais, como Estados Unidos e Reino Unido, também convocaram o governo turco à moderação.
O regime sírio, por sua vez, agora inimigo jurado de Ancara, acusou Erdogan de dirigir seu país de forma terrorista e "destruir a civilização e as conquistas do povo turco", afirmou o ministro sírio da Informação, Omran al-Zohbi.