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França diz que vai proibir cigarro eletrônico em locais públicos

A publicidade e o patrocínio das produtoras de tabaco estão proibidos na França e, desde novembro de 2006, é ilegal fumar em locais públicos

Paris - A França vai proibir o uso do cigarro eletrônico nos locais públicos e por menores de 18 anos, informou o governo francês nesta sexta-feira (31/5), Dia Mundial Sem Tabaco. Por ocasião deste dia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) encoraja a proibição da publicidade, da promoção e do patrocínio do tabaco, estimando que o tabagismo provoque a morte prematura de seis milhões de pessoas por ano.



Ao ser aspirado pelo consumidor, o cigarro eletrônico dispersa vapor de nicotina e propilenoglicol nos pulmões (líquido utilizado como refrigerante ou anticongelante). O produto, inventado na China, é vendido em vários países como uma solução menos nociva para os fumantes do que os cigarros tradicionais e como um artifício para ajudar quem quer parar com o vício.

No entanto, alguns dizem que seu uso não põe fim ao hábito de fumar. De acordo com os fabricantes, meio milhão de franceses utilizam a versão eletrônica do cigarro. Em março do ano passado, Touraine anunciou que havia pedido uma investigação sobre o cigarro eletrônico para avaliar os "benefícios" e "riscos" desse produto.

Em maio de 2011, a Agência Francesa de Segurança Sanitária e Produtos de Saúde (Afssaps) recomendou que o produto, que só está disponível em sites especializados na internet, não seja utilizado.

Com a decisão, a França se somou a outros países, entre os quais Brasil, Austrália, Canadá e Alemanha, onde o cigarro eletrônico é proibido ou está sujeito a restrições.

Como não contêm tabaco, os e-cigarros eram isentos, até hoje, das restrições impostas aos cigarros comuns em locais públicos.

"É um produto muito valorizado, estima-se em cerca de um milhão o número de franceses que aderiram aos cigarros eletrônicos", explicou Touraine durante entrevista coletiva.

A ministra se apoiou em um relatório do pneumonologista francês Bertrand Dautzenberg para afirmar que este cigarro carecia de "restrições suficientes" em muitos países, apesar de ainda serem desconhecidos seus efeitos de longo prazo, que poderiam ser prejudiciais.

O cigarro eletrônico é vendido em vários países como uma solução menos nociva para os fumantes do que os cigarros tradicionais e como um objeto que ajudaria a por um fim à dependência do tabaco.

No entanto, há quem diga que mantêm a dependência e denuncie que a indústria do tabaco o considera uma alternativa para salvar um negócio muito desprestigiado nos últimos anos.

Os cigarros eletrônicos não foram tema de muitas pesquisas científicas, afirmam especialistas.

Touraine anunciou em março que tinha pedido uma pesquisa para avaliar os "benefícios" e os "riscos" dos e-cigarros.

Em maio de 2011, a Agência Francesa de Segurança sanitária e produtos de Saúde (Afssaps) recomendou "não consumir" estes produtos, que só estão disponíveis em lojas especializadas e na internet.

A OMS advertiu que os cigarros eletrônicos trazem questionamentos sobre a política de regulamentação do tabaco e a saúde pública.

Touraine decidiu relançar a guerra contra o tabaco diante de resultados decepcionantes obtidos até agora, visto que o tabagismo juvenil aumenta (%2b17% entre jovens de 17 anos nos últimos três anos). A França é um dos países da Europa onde as campanhas fizeram menos efeito, sobretudo pelo elevado percentual (17%) de mulheres grávidas que fumam.