Lyon - O ministro argentino das Relações Exteriores, Héctor Timerman, e o secretário-geral da Interpol, Richard K. Noble, discutiram nesta quinta-feira em Lyon (centro da França) a investigação sobre o atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994. O atentado, cometido em Buenos Aires, deixou 85 mortos e 300 feridos.
A Organização Internacional da Polícia Criminal (Interpol) manifestou sua "confiança na vontade e na capacidade das autoridades iranianas" de avançar nas investigações, após a assinatura do polêmico memorando de entendimento entre os dois países em janeiro passado.
A Interpol ratificou que isso não supõe, de modo algum, a suspensão das "notificações vermelhas" (os pedidos de detenção visando à extradição) dos iranianos, requeridas pela Justiça argentina."Um certo número de iranianos permanece sob o mandato de notificações vermelhas em relação ao atentado contra a Amia", ressaltou a Interpol.
Essa foi uma das principais críticas da oposição e das entidades da comunidade judaica na Argentina ao documento bilateral.
Nesse sentido, Noble reiterou seu "compromisso de facilitar o desenvolvimento da investigação" e lembrou que já fez várias missões à Argentina para ajudar os dois países "a resolver o caso". Em uma carta de 15 de março, a Interpol considerou o memorando "positivo" para o esclarecimento do ataque.
Também nesta quinta, em declarações em Paris, o chanceler Héctor Timerman considerou "gravíssima" a acusação de um promotor argentino sobre a infiltração terrorista do Irã em vários países da América do Sul. "A denúncia é gravíssima", disse Timerman, em entrevista.
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O ministro acrescentou que ele e o secretário da Interpol esperam o documento elaborado pelo promotor Alberto Nisman, que investiga o atentado contra a Amia.