O primeiro casamento gay na França foi realizado onze dias após a proclamação da lei de "casamento para todos", uma das principais promessas de campanha do presidente socialista François Hollande.
Centenas de jornalistas da França e de todo o mundo viajaram a Montpellier para cobrir o primeiro casamento homossexual na França, um país majoritariamente católico, mas muito aferrado à separação entre a Igreja e o Estado.
O Parlamento francês aprovou no dia 23 de abril a legislação que autorizou que a França se tornasse o décimo quarto país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a permitir a adoção por gays.
Segundo pesquisas, esta legislação é aprovada por quase dois terços dos franceses, mas enfrenta a resistência dos setores mais conservadores do país, que anunciaram que não cruzarão os braços, apesar da proclamação da lei pelo governo de Hollande.
As manifestações contra o casamento para todos - a última dos quais, realizada no domingo em Paris, terminou em incidentes violentos - foram apoiadas pelos partidos de direita e extrema-direta, além da Igreja Católica.
A mobilização de domingo, que, de acordo com os organizadores, reuniu um milhão de pessoas, e 150.000, de acordo com a polícia, terminou com mais de 300 manifestantes atrás das grades.
"Não cederemos" ao combate, "nunca, nunca", afirmou Ludovine de la Rochere, um dos porta-vozes do movimento opositor ao casamento homossexual, e que já foi responsável pela comunicação do Episcopado francês.